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Justiça chilena condena dois coronéis por morte de pai de Michelle Bachelet

A presidente do Chile, Michelle Bachelet - Pedro Cerda/Agência Uno/Xinhua
A presidente do Chile, Michelle Bachelet Imagem: Pedro Cerda/Agência Uno/Xinhua

Em Santiago do Chile

21/11/2014 13h23

Um juiz chileno condenou nesta sexta-feira a prisão dois coronéis aposentados da aeronáutica como autores das torturas que provocaram a morte do general Alberto Bachelet, pai da presidente do Chile, Michelle Bachelet, informaram fontes judiciais.

Segundo a decisão emitida hoje pelo juiz especial Mario Carroza, o coronel Ramón Cáceres Jorquera foi condenado a três anos e um dia de prisão e o oficial do mesmo grau Edgar Ceballos a dois anos e um dia.

O Alberto Bachelet, também um general da Força Aérea do Chile, foi um opositor do golpe militar liderado por Augusto Pinochet em setembro de 1973. Segundo um relatório do Serviço Médico Legal, ele morreu vítima dos maus-tratos sofridos após ser preso e acusado de traição à pátria pela ditadura.

Bachelet e outros militares constitucionalistas foram presos e segundo registros eram levados diariamente à Academia de Guerra Aérea, onde sofriam tortura.

Em 12 de março de 1974, o pai da atual presidente do Chile morreu em função de uma parada cardíaca após uma dessas sessões de tortura.

No caso do coronel Cáceres, a justiça determinou a perda perpétua de seus direitos políticos e, enquanto durar a pena, do direito de concorrer a cargos públicos. Além disso, deve arcar com os custos da causa.

Já Ceballos perdeu o direito a concorrer a cargos públicos enquanto durar a pena e a arcar com os custos do processo.

O juiz considerou também que os dois condenados não possuem os requisitos para diminuição da sentença e terão que cumprir toda a pena encarcerados.

No entanto, poderão descontar cerca de três meses em que permaneceram em prisão preventiva em 2012.

A acusação foi feita pelo Agrupamento de Parentes de Executados Políticos (AFEP), da qual faz parte Ángela Jeria, esposa do general e mãe da presidente Michelle Bachelet, que também foram detidas e torturadas pela ditadura de Pinochet.