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Bombardeios do regime na Síria matam pelo menos 390 pessoas em 10 dias

Em Beirute (Líbano)

11/02/2015 09h40

Pelo menos 390 pessoas morreram nos dez últimos dias na Síria em mil bombardeios da aviação do regime de Bashar Al Assad, informou nesta quarta-feira (11) o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Aviões e helicópteros militares lançaram 1.009 ataques contra distintas zonas de 12 das 14 províncias do país. As duas províncias onde não houve bombardeios são Tartus (oeste) e Sueida (sul), ambas fortificações governistas.

Pelo menos 472 ataques foram realizados com aviões e 537 com helicópteros, que lançaram barris de explosivos.

Das vítimas, pelo menos 270 eram civis, entre os quais havia 49 menores de idade e 48 mulheres. O restante eram combatentes de diferentes grupos, entre eles a Frente al Nusra, filial da Al Qaeda na Síria, e o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

A área mais afetada pelos bombardeios foi a região de Ghouta Oriental, reduto opositor dos arredores de Damasco, onde foram registrados 146 falecimentos e 1.200 pessoas ficaram feridas nas localidades de Duma, Kafr Batna, Ain Tarma e Sabqa.

Em entrevista à rede de televisão britânica "BBC", divulgada ontem, Assad negou que o Exército use barris de explosivos de forma indiscriminada.

"Temos bombas, mísseis e balas. Não há bombas de barril, não temos [bombas] de barril", insistiu Assad.

Há pouco mais de um ano, o Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução em que pedia a todas as partes a "cessação imediata dos ataques contra civis", dos bombardeios indiscriminados de zonas povoadas e "do uso de barris de explosivos".

Em seu comunicado de hoje, o Observatório reiterou sua chamada para que os responsáveis deste tipo de ataques sejam levados perante o Tribunal Penal Internacional.

Mais de 200 mil pessoas morreram desde o início do conflito no território sírio em março de 2011, segundo a ONU.