Rússia diz que uso de bomba atômica em Hiroshima foi desumano e infundado
A Rússia classificou como desumano e infundado o uso da bomba atômica contra a cidade japonesa de Hiroshima, que lembra nesta quinta-feira, 6, o 70º aniversário do bombardeio nuclear lançado pelos Estados Unidos.
"Esse foi o único e esperamos que o último exemplo de uso da arma nuclear da história da humanidade, um uso desumano e de nenhuma forma fundamentado", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa local.
"O Kremlin lembra esse dia junto a todos, e expressa condolências e solidariedade com o povo do Japão, que teve que viver essa catástrofe e confia que a tragédia nunca volte a se repetir", disse.
Peskov se negou a comentar as declarações do presidente da Câmara dos Deputados da Rússia, Sergei Narishkin, que sugeriu a possibilidade dos bombardeios nucleares de Hiroshima e Nagasaki serem julgados em um tribunal internacional.
"O bombardeio nuclear das cidades japonesas, o único da história, ainda não foi levado a um tribunal militar internacional. Ainda não. Mas sabemos que os crimes contra a humanidade não prescrevem", disse Narishkin, durante uma mesa-redonda na Universidade de Moscou.
Em discurso durante a cerimônia para lembrar o 70º aniversário do lançamento da bomba atômica contra Hiroshima, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, pediu à comunidade internacional o fim das armas nucleares.
A bomba lançada por um avião dos EUA sobre Hiroshima matou de forma imediata com 80 mil pessoas. O número de mortos aumentaria para 140 mil até o final de 1945. Nos anos seguintes, muitos japoneses morreram vítimas da radiação.
Depois do ataque contra Hiroshima, os americanos lançaram uma segunda bomba atômica contra a cidade de Nagasaki, em 9 de agosto de 1945, forçando a rendição do Japão, o que resultou no fim da Segunda Guerra Mundial
Alguns historiadores russos consideram que os americanos decidiram lançar as bombas atômicas para impedir que as tropas soviéticas conquistassem o Japão por ordem de Stalin.
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