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EI prepara mais ataques na UE, segundo Europol

25/01/2016 13h48

Amsterdã, 25 jan (EFE).- O Estado Islâmico (EI) prepara novos atentados na União Europeia (UE), especificamente, na França, advertiu um relatório apresentado nesta segunda-feira pelo Escritório Europeia de Polícia, Europol.

"As discussões levaram à conclusão de que o EI está preparando mais ataques terroristas, incluindo mais ataques ao estilo dos de Mumbai - que deixaram 166 mortos em 2008, que seriam executados em Estados-membros da UE, e na França em particular", afirmou o relatório.

A Europol indicou que, através da análise do desenvolvimento da ameaça terrorista contra a UE, os ataques de 13 de novembro em Paris - que deixaram 130 mortos - foram "significativos" por dois aspectos.

Por um lado, por ter sido parecido com o de Mumbai em termos de "modus operandi, alvos escolhidos, número de atacantes e impacto" e, por outro, porque houve "três grupos de agressores entre os quais havia cidadãos nascidos e criados na França e combatentes estrangeiros retornados à Europa", precisa o escritório.

A Europol acredita que o "estilo Mumbai" - que utiliza pessoas locais para executar os ataques - para atacar um país europeu, em combinação com outro tipo de atentado normalmente reivindicado pelo EI, como o de outubro em que um avião russo foi derrubado no Egito, ou os registrados em Ancara e Suriç (Turquia), Beirute e Bagdá, faz pensar em "alvos óbvios de repressão imediata".

Nesse contexto, a polícia europeia afirmou que os atentados de Paris "parecem ser parte de uma estratégia mais ampla do EI para ter um alcance global, especificamente atacando a França, mas possivelmente mais Estados-membros da UE em um futuro próximo".

Na opinião da Europol, esta ideia "é reforçada pelo fato de haver fortes indícios de que o EI planejava outra série de ataques em algum lugar da UE, mas mais provavelmente na França ou na Bélgica", que foram frustrados pelas operações policiais que se seguiram aos atentados de Paris.

O organismo europeu afirmou ainda que os ataques "não têm necessariamente que ser coordenados desde a Síria", principal reduto do EI, embora desde ali se desenvolva uma "estratégia geral", mas com "liberdade tática" aos líderes locais para adaptar suas ações às circunstâncias.

Além das instalações de treinamento na Síria, apontou que também há centros "de menor escala" em países da UE e dos Bálcãs, e que "não há evidência concreta de que os terroristas que viajam utilizem sistematicamente o fluxo de refugiados que entram na Europa".

Entre os alvos do EI, o relatório destacou que o grupo terrorista prefere os que causem "vítimas em massa" em vez de atacar infraestruturas críticas, como centrais de energia, instalações nucleares e centros de transporte.

A Europol produziu este relatório para avaliar as mudanças no "modus operandi" do EI e de outros grupos terroristas inspirados por motivações religiosas, e "entender melhor a ameaça que estes grupos representam" para a UE a fim de que seus Estados-membros estejam "mais bem preparados" para enfrentá-los.