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Super Terça pode consolidar caminho para a indicação de Trump e Hillary

28/02/2016 16h33

Jairo Mejía.

Washington, 28 fev (EFE).- A Super Terça, quando acontecem em um só dia 12 primárias estaduais para definir os candidatos presidenciais dos Estados Unidos, pode consolidar definitivamente o caminho à indicação do magnata republicano Donald Trump e da ex-secretária de Estado democrata Hillary Clinton.

Trump, com 82 delegados, 60% dos apoios em disputa até o momento para a convenção do Partido Republicano, poderia consolidar, se mantiver o ritmo, seu caminho rumo aos 1.327 delegados necessários para ser o candidato presidencial nos pleitos de novembro.

As pesquisas dão vantagem a Trump em todas as disputas estaduais de primárias republicanas, com exceção do Texas, onde são disputados 155 delegados e onde o senador Ted Cruz joga em casa e espera-se que mantenha seu domínio.

Se Trump conseguisse entre 240 e 300 delegados na Super Terça restariam poucas dúvidas de que o magnata dos cassinos e hotéis se consagraria como o nome partido na eleições presidenciais, culminando assim uma façanha que ninguém pensou que fosse capaz com seu discurso xenófobo e populista.

Neste dia 1º de março serão realizadas primárias e caucus (assembleias populares) republicanos e democratas no Alabama, Arkansas, Colorado, Geórgia, Massachusetts, Minnesota, Oklahoma, Tennessee, Texas, Vermont e Virgínia.

Também haverá assembleias populares republicanas no Alasca e Wyoming, e dos democratas no território da Samoa Americana.

A data seguinte que poderia consolidar ainda mais a liderança de Trump, só ameaçada pelos senadores Marco Rubio e Ted Cruz, seria 15 de março, onde está em jogo, entre outros estados, a Flórida, estado de origem de Rubio.

Apesar de o establishment - os herdeiros da política tradicional conservadora com histórico político dentro do partido - criticar Trump, o magnata capitalizou o descontentamento e pode protagonizar uma coroação histórica na convenção do partido em Cleveland (Ohio).

Rubio intensificou os ataques contra Trump nos últimos dias e hoje apresentou junto com Cruz sua declaração de impostos, para desafiar o magnata a fazer o mesmo, com pleno conhecimento de que os negócios de Trump, alguns ruinosos, podem revelar surpresas.

Cruz assegurou hoje em uma entrevista à emissora "NBC" que Trump oculta uma "bomba" em sua declaração de impostos e que é decisão dos eleitores julgar com o histórico fiscal do favorito das pesquisas republicanas nas mãos.

No lado democrata, que realiza primárias em 11 estados e um território de ultramar, estão em jogo 865 delegados, com Hillary Clinton como favorita das pesquisas para levar grande parte deles.

Hillary chega com o impulso adquirido neste sábado com sua arrasadora vitória no estado da Carolina do Sul, onde venceu o senador Bernie Sanders com 73,5% dos votos, contra 26% de seu rival.

A ex-secretária de Estado disse ontem que sua campanha vai tomar uma dimensão nacional antes da Super Terça, mas ressaltou que nada está garantido ainda.

Hillary já tem mais de 544 delegados frente a 85 de Sanders, especialmente graças ao quase unânime apoio dos chamados "superdelegados", vinculados ao aparelho do partido.

Apesar de a ex-secretária de Estado não ter conseguido vantagens muito consideráveis nas disputas de Iowa e Nevada, e de Sanders ter vencido em New Hampshire, a diferença de delegados é por enquanto favorável à ex-primeira dama.

Por sua vez, Sanders contou hoje com um respaldo importante dentro do Partido Democrata, com a renúncia da vice-secretária da legenda, a congressista pelo Havaí Tulsi Gabbard, que anunciou que apoiará o senador que define a si mesmo como "socialista democrata". EFE

jmr/rsd