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Denver impõe limites à produção e venda de maconha legal

26/04/2016 13h45

Denver (EUA.), 26 abr (EFE).- O Conselho de Denver aprovou na madrugada desta terça-feira uma ordem que limita a expansão dos locais que comercializam maconha na capital do Colorado e que procura "proteger" aqueles bairros majoritariamente hispânicos e negros, onde já opera a maioria desses negócios.

Atualmente, segundo a informação divulgada pela Prefeitura, Denver conta com 421 negócios relacionados com a maconha, o que transforma a cidade no principal mercado de venda de maconha legal no estado.

Desses negócios, 211 são dedicados ao cultivo das plantas, 147 são lojas de venda de maconha recreativa e 63 negócios que combinam ambas operações. Mais da metade desses negócios (238) fica em dois bairros hispânicos ao norte do centro da cidade: Globeville e Elyria-Swansea.

Se forem levados em conta outros negócios também relacionados com esta atividade, como transporte e alojamento de turistas que chegam para visitar os dispensários, então o número de negócios relacionados com maconha em Denver supera 600.

A nova lei, impulsionada pela vereadora Robin Kniech, impõe estritos limites à abertura de novos comércios de maconha, embora esses limites não serão aplicados retroativamente, já que todas as licenças agora em trâmite serão respeitadas.

Se todas essas licenças forem aprovadas, Denver terá 45 novos negócios de maconha. Por isso, a nova ordem pede que, se algum dispensário ou centro de cultivo de maconha recreativa deixe de operar, não seja substituído por outro, até que por meio desse procedimento seja possível fechar cerca de 65 negócios.

Além disso, a nova lei proíbe que sejam abertos novos negócios de maconha nos cinco bairros hispânicos e afro-americanos onde já existe um alto número dessas operações, embora a medida possa ser revisada dentro de um ano.

Quanto à venda de maconha medicinal, não será permitida a abertura de novos dispensários, porque as autoridades consideram que o mercado já está saturado.

O prefeito de Denver, Michael Hancock, disse que assinará a novo ordem, que também conta com o respaldo do Grupo da Indústria da Maconha no Colorado (MIG).

Em comunicado, Michael Elliott, diretor-executivo do MIG, considerou que a nova lei "dá legitimidade" à indústria porque está focada em "um crescimento responsável".

Elliott se referiu assim ao fato de que desde agora, quem quiser vender ou cultivar maconha recreativa em Denver, deverá apresentar na solicitação um plano de "respeito aos vizinhos", que inclui controle de cheiros, colaboração com outras indústrias e negócios e participação em atividades de ajuda à comunidade.