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Ofensiva militar contra islamitas deixa ao menos 56 mortos nas Filipinas

31/05/2016 02h31

Manila, 31 mai (EFE).- Pelo menos 56 pessoas morreram após vários dias da ofensiva realizada pelo exército das Filipinas em Lanao do Sul, no sul do país, contra a organização islamita "Grupo Maute", informou nesta terça-feira a imprensa local.

Segundo Filemon Tan, porta-voz do Comando das Forças Armadas de Mindanao Ocidental, onde acontecem os enfrentamentos, o ataque contra os insurgentes começou na quinta-feira e deixou, até agora, dois soldados e 54 rebeldes mortos, segundo o jornal "Inquirer".

Tan explicou que não foi possível recuperar os corpos dos milicianos mortos, e que o número se baseia na apuração feita no terreno e em "relatórios de inteligência".

O grupo rebelde é liderado pelos irmãos Abdullah e Omar Maute, que supostamente estão vinculados à organização islâmica Jemaah Islamiya, presente em vários países do Sudeste Asiático.

Em abril, essa organização capturou seis trabalhadores de uma serraria na cidade de Butig, em Lanao do Sul, que foram acusados de serem informantes dos militares, e decapitou dois deles.

O grupo também é acusado de ser responsável pelas recentes explosões de torres de transmissão de eletricidade na região.

A ofensiva para tentar neutralizar os insurgentes, na qual, além de tropas no terreno, foram utilizados aviões militares, continuava ontem, segundo Tan.

"Os efetivos seguem avançando em direção ao bastião do inimigo", explicou o porta-voz das Forças Armadas.

"Vamos terminar essas operações militares contra os extremistas para prevenir que recrutem mais gente em Mindanao", explicou, por sua vez, o comandante da Brigada de Infantaria 103, o coronel Roseller Murillo.

Organizações de ajuda humanitária na região relataram que em Butig, uma das localidades mais afetadas pelo conflito, cerca de 1.200 pessoas foram obrigadas a deixar seus lares e tiveram que se transferir para residências de familiares.

As Filipinas vivem um conflito separatista islâmico no sul do país há quatro décadas, que já deixou entre 100 e 150 mil vítimas mortais e paralisou o desenvolvimento de uma região rica em recursos naturais.

Apesar de o governo filipino ter assinado um acordo de paz com a principal organização muçulmana armada do país, a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI), outros grupos rebeldes - como o Abu Sayyaf e os Lutadores pela Libertação Islâmica do Bangsamoro (BIFF) - permanecem ativos na região.