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Juncker diz que Escócia ganhou direito a ser ouvida na UE

29/06/2016 10h51

Bruxelas, 29 jun (EFE).- O presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, afirmou nesta quarta-feira que a Escócia, que votou pela permanência do Reino Unido na União Europeia (UE), "ganhou o direito de ser escutada em Bruxelas".

"Escutarei com atenção", disse Juncker, ressaltando que, apesar disso, não irá interferir em assuntos britânicos.

Juncker deu essas declarações ao final da primeira reunião dos 27 chefes de Estado e do governo da UE sem o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron. Ele receberá hoje a principal ministra escocesa, Nicola Sturgeon, que já se reuniu com o presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin Schulz, na parte da manhã (horário local).

"Nem Donald (Tusk, presidente do Conselho Europeu) e nem eu temos a intenção de interferir no processo britânico. Essa não é nossa obrigação e nem nosso trabalho", recalcou.

Juncker também teve que responder sobre a possível intenção de renunciar, como foi sugerido por algumas vozes na UE, que o apontam como responsável pela resultado do referendo britânico. "Não acreditem em tudo o que escutam", disse, ao mesmo tempo que garantiu que não será influenciado por este tipo de crítica.

"Recomendaria que as pessoas olhem meu curriculum de perto, porque se fizerem isso tirarãoo uma conclusão distinta", sustentou.

Juncker disse que não ter se envolvido na campanha contra a saída do Reino Unido da UE se deve a uma "pedido" nesse sentido tanto do governo britânico como da oposição trabalhista.

Tusk, por sua vez, considerou esse tipo de crítica "injusta" e disse que "a Comissão não é a instituição politicamente responsável pelo resultado do referendo, mas trata-se de uma responsabilidade comum".

"Sou a melhor testemunha de que o que a CE preparou para as negociações com o Reino Unido foi o máximo do que era possível no marco de nosso Tratado, mas também do que era aceitável para nosso tratado", garantiu.

O político polonês considerou que "Jean-Claude Jucnker é a última pessoa que podemos acusar de ser responsável pelo resultado do referendo no Reino Unido".