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Presidente colombiano declara cessar-fogo final com Farc a partir de 2ª feira

25/08/2016 16h15

Bogotá, 25 ago (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ordenou nesta quinta-feira o cessar-fogo definitivo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a partir da próxima segunda-feira (29), o que encerra um conflito armado de mais de 50 anos no país.

"Quero informar aos colombianos que, como chefe de Estado e como comandante em chefe de nossas Forças Armadas, ordenei o cessar-fogo definitivo com as Farc a partir da 0h da próxima segunda-feira", declarou.

Santos fez o histórico anúncio nas escadarias do Congresso Nacional, onde esteve para entregar ao presidente da casa, Mauricio Lizcano, o texto do acordo, assinado ontem em Havana (Cuba), para que o legislativo convoque o plebiscito em 2 de outubro, no qual os cidadãos irão decidir se apoiam a decisão.

O cessar-fogo e de hostilidades bilateral e definitivo entre o governo e as Farc é um dos ingredientes do acordo de paz, como parte do ponto de "fim do conflito". Inclui, além disso, a desmobilização da guerrilha e a entrega das armas, que ficarão sob posse de uma comissão internacional

Santos lembrou que quando começaram as negociações públicas com as Farc, há quase quatro anos, "não podia se decretar um cessar-fogo até que se terminasse o processo", e acrescentou que, "com o que aconteceu ontem onde tudo ficou acordado", pôde ser declarado o fim das hostilidades.

"Termina assim o conflito armado com as Farc", ressaltou o líder sob aplausos da multidão que o acompanhou na entrega do acordo ao Congresso, entre os quais sua esposa Maria Clemencia, dois de seus três filhos, políticos e funcionários.

O cessar-fogo com as Farc tinha sido reivindicado muitas vezes por organizações sociais durante as negociações de paz para dar um impulso aos diálogos em momentos de crise, mas Santos sempre argumentou que a cessação definitiva das ações armadas devia ser o ponto de chegada do processo e não o de partida.

Ao longo dos 45 meses e cinco dias das negociações de paz, as Farc declararam várias vezes o cessar-fogo de maneira unilateral, e o governo respondeu a esses gestos com a suspensão dos bombardeios a acampamentos dos guerrilheiros.

O último cessar-fogo das Farc começou em 20 de julho de 2015 e se manteve desde então. Durante o período, os níveis de confrontos com a guerrilha caíram para o patamar mínimo histórico.