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Khamenei afirma que Irã dará "golpe devastador" em quem ousar atacar o país

28/08/2016 17h10

Teerã, 28 ago (EFE).- O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou neste domingo que o país impulsionará sua preparação militar para que seus inimigos "nem pensem em atacar o país" sob a pena de receber "um golpe devastador".

Assim se expressou a mais alta figura política e religiosa da República Islâmica em um encontro com os responsáveis pela defesa aérea do país, à qual qualificou como "a frente que enfrentará qualquer agressão ao país", segundo informou a agência oficial iraniana "Irna".

"O inimigo deve saber que as forças de defesa iranianas responderão a qualquer agressão com um golpe devastador. A estratégia de defesa do Irã procura dar um golpe aos inimigos, além de defender sem descanso o campo de batalha", disse Khamenei.

Nesse sentido, alertou sobre as formas "embusteiras" e de "engano" com as quais o "inimigo" quer atacar o país, e declarou que o Irã deve estar pronto para responder a estas ameaças.

"Nossos inimigos são a arrogância global e o mundo sionista, um lugar de natureza suja e enganosa com uma ideologia tirânica. Estão ressentidos contra as crenças religiosas do Irã, sua independência e porque não se dobra perante os abusos", destacou.

Assim, Khamenei indicou que para o Irã a hostilidade "está representada um dia pelo governo americano" e outro dia "por regimes como o tirânico de Saddam (Hussein no Iraque)", e que por isso o Irã deve "usar toda a capacidade disponível no país e identificar os planos do inimigo para tomar a decisão correta e superar essas ameaças".

O líder se referiu também à chegada ao país e a instalação do sistema antiaéreo russo S-300, cuja concretização foi anunciada na semana passada e afirmou que as tentativas dos Estados Unidos para evitar que este armamento chegasse ao país reflete que este é um inimigo "que não reconhece nenhum direito à defesa da nação".

"De fato, acreditam que devemos estar indefesos para poder nos invadir", completou.

A entrega deste material antiaéreo ao Irã, fruto de um acordo assinado em 2007, mas paralisado até este ano devido às sanções internacionais que pesavam sobre o país, foi considerado uma ameaça pelos rivais regionais do Irã - Arábia Saudita e Israel - assim como pelos Estados Unidos.

Os S-300, análogos aos Patriot americanos, permitirão ao Irã fazer frente a uma eventual invasão ou ataque aéreo em massa israelense ou americano com caças da classe Stealth, helicópteros, bombardeiros e mísseis balísticos, segundo analistas.

Os israelenses temem que essas baterias, que têm um alcance de até 200 quilômetros, permitam ao Irã contar em breve com um invulnerável escudo antimísseis para defender suas infraestruturas vitais perante um possível ataque exterior.

Nos últimos anos, as autoridades israelenses consideraram atacar o Irã para destruir as instalações de seu polêmico programa nuclear por temor que a República Islâmica possa desenvolver armas atômicas. EFE

amr/rsd