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Prefeita de Charlotte (EUA) decreta toque de recolher perante novos protestos

22/09/2016 23h34

Charlotte (EUA), 22 set (EFE).- A prefeita de Charlotte (Estados Unidos), Jennifer Roberts, decretou nesta quinta-feira o toque de recolher até amanhã como resposta à terceira noite de protestos na cidade pela morte na terça-feira do afro-americano Keith Lamont Scott em uma ação da polícia local.

"O toque de recolher estará vigor todos os dias até o fim do estado de emergência ou até que o anúncio oficial seja revogado", informou a prefeitura de Charlotte, através de sua conta no Twitter.

A mídia local publicou uma fotografia em que a prefeita assina no meio da rua os documentos que autorizam o toque de recolher sobre um automóvel do Departamento de Bombeiros de Charlotte.

Após duas noites de distúrbios, que deixaram um morto, vários feridos e 50 detidos, a prefeita tomou a decisão ao ver que novos protestos começavam nesta quinta-feira pelas ruas da cidade.

O governador da Carolina do Norte, Pat McCrory, declarou ontem o estado de emergência na cidade de Charlotte, na segunda noite de violentos protestos, onde a polícia teve que dispersar os manifestantes com gás lacrimogêneo.

No entanto, até o momento não foram relatados ocorrências graves durante os protestos desta noite, na qual soldados da Guarda Nacional tomaram as ruas para tentar evitar que se repitam os incidentes violentos.

Centenas de pessoas foram para as ruas pela terceira noite consecutiva com o objetivo de protestar contra a morte de Scott, mas desta vez não houve confrontos com a polícia.

Os manifestantes cantam palavras de ordem para que as autoridades divulguem o vídeo em que os policiais registraram o incidente e a já habitual "Black Lives Matter" (As vidas dos negros importam) que foram ouvidos nos últimos anos nos EUA contra os supostos abusos policiais contra afro-americanos.

Os manifestantes são acompanhados de perto por policiais locais e membros da Guarda Nacional.

Os protestos começaram na última terça-feira depois que um policial matou a tiros Keith Scott, de 43 anos, no estacionamento de um edifício.

A polícia acusou Scott de estar armado e de representar uma "ameaça de morte iminente" para os agentes, um relato que familiares e testemunhas rejeitaram.