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Prefeita de Charlotte pede que Hillary adie sua visita à cidade

23/09/2016 22h52

Washington, 23 set (EFE).- A prefeita de Charlotte, Jennifer Roberts, pediu nesta sexta-feira à candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, que adie a viagem anunciada para este domingo pelo clima de tensão que vive a cidade.

Roberts, que como Hillary é democrata e lhe ofereceu seu apoio para as eleições de novembro, disse à emissora "CNN" que prefere "recuperar a ordem e o estado de normalidade" na cidade antes de receber os candidatos presidenciais.

Deste modo, a prefeita estendeu seu pedido ao republicano Donald Trump, que sem anunciar uma data concreta também expressou seu desejo de viajar para Charlotte na próxima semana.

"Apreciamos o apoio dos candidatos. Apreciamos que estejam preocupados com Charlotte", acrescentou a prefeita da cidade da Carolina do Norte.

Roberts reagiu assim ao anúncio feito hoje pela campanha de Hillary, que programou a viagem a Charlotte após vários protestos e violentos distúrbios como consequência da morte do afro-americano Keith Lamont Scott na terça-feira durante uma ação policial.

"Como sabem, a secretária Hillary escreveu um tweet hoje pedindo a divulgação do vídeo da polícia em conexão com o assassinato de Keith Lamont Scott. No domingo, 25 de setembro, viajará para Charlotte (Carolina do Norte)", afirmou à Efe uma fonte da campanha.

Esta será a única viagem de campanha da candidata democrata antes do primeiro debate presidencial no qual confrontará Trump na próxima segunda-feira em Long Island (Nova York).

Na terça-feira, o oficial de polícia Brentley Vinson disparou contra Keith Lamont Scott, de 43 anos, durante um confronto em um complexo de apartamentos no qual a polícia estava buscando outro homem.

A viúva de Keith Lamont Scott, Rakeyia, publicou hoje um vídeo no qual é possível vê-la pedindo aos agentes que não disparem contra seu marido pois estava desarmado.

No vídeo, transmitido com exclusividade pela emissora "NBC News", não se vê o momento no qual Scott foi abatido pela polícia, mas é possível escutar a mulher dizendo: "Não disparem, não está armado, não lhes fará nada".

Rakeyia explicou aos agentes que o marido havia tomado um remédio para tratar a lesão traumática cerebral da qual sofria. Por um momento, as imagens mostram vários agentes apontando para o carro no qual estava Scott e a mulher pede ao marido para que não permita que "quebrem os vidros" e saia do veículo.

Após Rakeyia dizer "não faça isso, Keith", é possível ouvir um policial alertar o homem para que solte a arma e posteriormente são escutados quatro disparos. As imagens do vídeo, de dois minutos e 12 segundos de duração, mostram depois Scott no chão e cercado de policiais.

A versão policial é que Scott estava armado e representava uma "ameaça de morte iminente" para os agentes, relato que as testemunhas rejeitam, enquanto a família defende que a vítima segurava um livro.

A família divulgou este vídeo enquanto a opinião pública segue à espera que a polícia de Charlotte publique os vídeos gravados pelas câmeras dos agentes envolvidos.