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Zapatero reafirma "vigência" e "força" do diálogo na Venezuela

23/11/2016 20h47

Caracas, 23 nov (EFE).- O ex-presidente do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero reafirmou nesta quarta-feira a "vigência" e a "força" do diálogo político entre o governo da Venezuela e a oposição, no qual exerce a função de mediador, e ressaltou que esse processo é "o grande futuro" e a "garantia de paz" do país.

Depois de se reunir com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no Palácio de Miraflores em Caracas, Zapatero celebrou a "afirmação de compromisso" do chefe do Estado com o processo de diálogo, e indicou que nos próximos dias as mesas técnicas, estabelecidas para fazer as negociações avançarem, revisarão o cumprimento dos acordos assinados por ambas as partes.

Zapatero considerou essencial que as partes cumpram com as respectivas cotas dos acordos "com a flexibilidade que é lógica nestes processos" e que respeitem o compromisso com o manifesto que ambas definiram por uma convivência em paz, que pede para os políticos "expatriarem o insulto".

"É verdade que são poucas semanas de processo de diálogo, mas quero reafirmar o compromisso, a vigência, a força, o espírito que conseguimos consolidar nesse tempo", disse antes de parabenizar o governo e a aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) pela disposição nestes assuntos.

"Compareci a muitas reuniões nas quais estiveram pessoas do governo e da oposição e o clima foi de cordialidade, de crescente confiança, de respeito, à altura do que merece o povo da Venezuela", destacou Zapatero.

As declarações do ex-presidente espanhol foram feitas após o governador do estado de Miranda e duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles ter dito a jornalistas que os representantes do governo tinham abandonado as negociações.

Maduro rejeitou essas declarações e ressaltou que, pelo contrário, o processo de diálogo "segue avançando" e se consolidando no país.

O diálogo político foi iniciado em 30 de outubro na Venezuela para aliviar a tensão política, econômica e social no país e conta com o acompanhamento da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Vaticano.