Coreia do Norte declara 3 dias de luto pela morte de Fidel Castro
A Coreia do Norte declarou nesta segunda-feira (28) três dias de luto oficial pela morte do ex-presidente cubano Fidel Castro, líder que manteve uma relação estreita com o regime dos Kim e que é considerado um "amigo próximo" do povo norte-coreano.
O Partido dos Trabalhadores, a Assembleia Popular Suprema (Parlamento) e o governo declararam os três dias de luto entre hoje e quarta-feira, informou o jornal estatal "Rodong".
Além disso, "a bandeira será hasteada a meio mastro nos prédios do Governo e em lugares designados", por causa da morte na sexta-feira, aos 90 anos de idade, do "líder supremo da Revolução Cubana e amigo próximo de nosso povo", segundo o jornal do partido único norte-coreano.
"Fidel Castro foi a primeira pessoa no hemisfério ocidental a estabelecer o sistema socialista e foi um destacado líder dos cubanos que dedicou toda sua vida à prosperidade da nação e à felicidade do povo", expressou o regime de Pyongyang através do jornal.
A publicação acrescentou que sua morte "é uma grande perda para os dois países que lutam pela façanha revolucionária".
O regime norte-coreano enviou hoje a Havana uma delegação de funcionários do primeiro escalão, liderada por Choe Ryong-hae, membro do politburo do Partido dos Trabalhadores e considerado o número 3 do regime, para comparecer ao funeral do líder cubano, informou a agência "KCNA" em um breve comunicado.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, já expressou no domingo suas condolências pela morte de Fidel Castro em mensagem remetida ao atual presidente de Cuba, seu irmão Raúl Castro.
No texto, Kim Jong-un louvou o fato de Cuba se manter, "por vontade de Fidel Castro Ruz, sob a liderança sensata do camarada Raúl Castro Ruz".
O líder norte-coreano também destacou a dedicação do histórico líder cubano para "fortalecer e desenvolver as relações amistosas" entre os dois países "durante mais de meio século".
Os dois países mantiveram relações estreitas nas últimas décadas, apesar do distanciamento ideológico entre Pyongyang e Havana após a "desestalinização" da URSS realizada por Nikita Kruschev nos anos 1950, uma visão não compartilhada pela Coreia do Norte, que seguiu apostando pela linha dura.
Fidel Castro visitou uma vez a Coreia do Norte em 1986, na primeira visita e única ocasião em que se reuniu com o fundador do país, Kim Il-sung, e seu filho e sucessor, Kim Jong-il, avô e pai do atual líder norte-coreano.
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