Topo

Após polêmica, Venezuela entrega presidência temporária do Mercosul à Argentina

Reuters
Imagem: Reuters

Em Caracas

30/12/2016 19h10

A chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, publicou nesta sexta-feira (30) uma carta dirigida a seus colegas do Mercosul na qual informa que entrega a presidência temporária do bloco regional à Argentina, após ter finalizado o exercício "legítimo" de sua gestão.

"Me dirijo aos senhores na ocasião de informar a finalização do exercício legítimo por parte da República Bolivariana da Venezuela da presidência temporária do Mercosul, assumida pela Venezuela de acordo com o estipulado no artigo 12 do Tratado de Assunção e no artigo 5 do Protocolo de Ouro Preto", diz a carta publicada na conta do Twitter de Rodríguez.

"Nesse sentido, a Venezuela formaliza a entrega da presidência do Mercosul à República Argentina, tal como corresponde conforme a legalidade e os tratados constitutivos deste bloco regional", acrescenta a carta.

O documento também afirma que o país caribenho entregou um relatório com as atividades que se desenvolveram durante o período no qual a Venezuela exerceu a presidência do bloco.

A chanceler também reitera seus "votos por uma América do Sul unida e em harmonia com seus processos históricos e a identidade de seus povos".

A Venezuela informou ainda que "a partir da presente data" deixará de funcionar o endereço de e-mail que usavam para o envio e recepção de comunicações durante o exercício de sua presidência.

Além disso, Rodríguez acrescentou em outra mensagem publicada na mesma rede social que a Venezuela exerceu "legitimamente a presidência do Mercosul durante o semestre que corresponde, ressaltando a dimensão social e de direitos humanos do bloco".

Os Estados fundadores do Mercosul - Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina - resolveram suspender a Venezuela do bloco no início de dezembro pelo descumprimento do Protocolo de Adesão e, no último dia 15, a chanceler da Argentina, Susana Malcorra, anunciou que seu país assumiu a presidência.

Apesar disto, o governo venezuelano não reconheceu a "autonomeação" da Argentina e assegurou que seu país continuava exercendo a presidência do bloco sul-americano.