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Suspeita vietnamita de caso Kim Jong-nam tem personalidade reservada, diz pai

22/02/2017 16h07

Eric San Juan.

Ho Chi Minh (Vietnã), 22 fev (EFE).- Doan Thi Huong, a suspeita vietnamita detida na Malásia por seu suposto envolvimento no assassinato de Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder norte-coreano Kim Yong-um, é uma jovem de personalidade reservada.

Assim garantiu seu pai, contatado pelo jornal "Thanh Nien" na província de Nam Dinh, de onde a detida é originária, segundo seu passaporte.

Doan Van Thanh, um veterano de guerra de 63 anos, confirmou que a pessoa da imagem divulgada pelos veículos de imprensa é sua filha, Doan Thi Huong, de 29 anos.

"A foto está confusa, tem o cabelo mais curto que da última vez que a vimos, mas sim, é minha filha", disse Thanh.

Em declarações ao portal de notícias "VnExpress", o pai a descreveu como uma menina de personalidade reservada que saiu de casa há dez anos para fazer um curso de Farmácia em Hanói.

A jovem nunca quis contar à família onde vivia nem a que se dedicava, embora visitasse seus pais a cada dois ou três meses.

A última vez em que esteve com a família foi no final de janeiro, por conta do Ano Novo Lunar, a celebração mais importante do Vietnã.

O governo de Hanói evitou se pronunciar sobre o caso até receber mais informações das autoridades malaias.

"Por se tratar de um caso sério, o consulado vietnamita ainda não teve permissão para contatar a detida", anunciou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.

Doan permanece detida desde a última quarta-feira (dois dias depois do assassinato) junto a sua suposta cúmplice, a indonésia Siti Aishah, de 25 anos, presa um dia depois.

Kim Jong-nam estava imprimindo o cartão de embarque no último dia 13 de fevereiro antes de seu voo rumo a Macau, onde vivia autoexiliado, quando foi abordado pelas duas jovens.

Uma delas cobriu seu rosto com algo por pelo menos durante três segundos, segundo o vídeo das câmeras de segurança divulgadas pela emissora japonesa "Fuji TV".

O norte-coreano parece cair no chão, enquanto as duas mulheres começam a correr. Em seguida, ele pede ajuda ao pessoal do aeroporto, visivelmente nervoso, e é atendido em uma clínica dentro do terminal antes de ser removido.

Fontes anônimas citadas pela imprensa local afirmam que Kim Jong-nam, que morreu de caminho ao hospital, pode ter sido envenenado.

A polícia da Malásia também deteve um malaio e um químico norte-coreano, enquanto emitiu um mandado de busca e apreensão contra outros quatro norte-coreanos, que aparentemente voaram a Pyongyang pouco depois do suposto assassinato.