Azerbaijão lembra 25º aniversário do massacre de Jodyali
Javier Ripling.
Redação Central, 26 fev (EFE).- O Azerbaijão lembra neste domingo o 25º aniversário do massacre de Jodyali, onde mais de 600 pessoas morreram, mil foram feitas prisioneiras, cem desapareceram e milhares tiveram que deslocar-se para outros territórios do país.
Os moradores de Jodayli sofriam o assédio das tropas armênias; três meses antes do massacre a população vivia sem gás nem eletricidade.
"Uma noite os bombardeios se intensificaram, as casas arderam e tivemos que fugir", contou Roushan Shabanov, vice-prefeito de Tartar, a última cidade antes da zona desmilitarizada que separa o Azerbaijão da Armênia.
Entre a população correu a informação que as tropas armênias tinham habilitado um corredor para evacuar os civis.
Os moradores, a maioria camponeses, saíram em direção a essa área e morreram. Outros foram para as montanhas e se congelaram. "Foi uma armadilha", lembrou Shabanov.
Desde então o Azerbaijão qualificou este massacre de civis como genocídio, que como tal foi reconhecido por diferentes países da comunidade internacional.
As resoluções 822, 853 e 884 da ONU de 1993 ratificavam que a região de Nagorno Karabakh - 20% do território azeri - é "parte inseparável do Azerbaijão; instam à retirada das forças de ocupação e pedem que se facilite o retorno à população deslocada."
Por enquanto, as resoluções de Nações Unidade não foram cumpridas e os atritos entre ambos exércitos não são incomuns.
"Em Tartar a população chega a mais de um milhão de habitantes, dos quais 250.000 são deslocados", acrescentou o vice-prefeito.
"Por medidas de segurança as zonas próximas ao fronte foram evacuadas e é o exército quem controla esse território que antes eram fazendas; uma terra fértil que servia para sustentar muitos azeris", disse Shabanov.
Este azerbaijano quer a paz para seu país, embora saiba que a convivência que tiveram há tempos azeris e armênios nos territórios de Nagorno Karabakh nunca voltará a acontecer.
"Em 1988, no terremoto de Spitak, mandamos um avião com ajuda e dispararam contra ele. O aparelho teve que retornar ao Azerbaijão", garantiu o vice-prefeito.
"Além das medidas de segurança que o exército efetuou, os armênios cortaram a água que chegava da região montanhosa que agora está em suas mãos", completou Shabanov.
Um carro conduzido por um soldado nos levou à área militar. Antes de chegar o veículo percorreu caminhos onde a desolação e o abandono estavam patentes: fazendas vazias, casas derruídas, estátuas decapitadas; era a antiga aldeia de Hasangaya.
O quartel dos azeris se encontra em um descampado antes da área desmilitarizada.
O coronel Racabov Valeh é o encarregado de nos mostrar a formação militar estabelecida nas proximidades da área de conflito.
Nas paredes do recinto estão penduradas as fotografias dos soldados mortos nas duas últimas disputas, em abril e dezembro de 2016, nas quais cerca de 30 pessoas entre soldados e civis de ambos lados perderam a vida.
"Os soldados deste destacamento têm uma preparação especial; são os encarregados de dificultar qualquer incursão a nosso território. Por isso, sua formação é vital", afirmou Valeh.
O coronel acrescentou que os soldados ali destacados chegavam ao destino formados. "Aqui completamos seu treinamento e lhes preparamos para a missão que devem realizar em caso de necessidade."
As trincheiras azeris se encontram na parte plana e as armênias no alta. "Cada um de nossos movimentos é observado pelo inimigo", assegurou Valesh.
O Tribunal Europeu de Direitos Humanos, em sua decisão de 22 de abril de 2010, qualificou a conduta dos que haviam realizado a incursão de "atos de especial gravidade que podem constituir crimes de guerra ou crimes contra a humanidade."
Passados 25 anos desde o massacre de Jodyali, o grupo de Minsk, formado por Estados Unidos, Rússia e França, continua sem encontrar uma resposta a um conflito que, segundo asseguraram, só tem uma solução "política".
Enquanto isso, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, ressalta: "A Armênia ignora todas as resoluções e decisões de organizações internacionais sobre o fim da ocupação dos territórios azerbaijanos. Nunca permitiremos a criação no território do Azerbaijão de um segundo estado armênio inventado".
Redação Central, 26 fev (EFE).- O Azerbaijão lembra neste domingo o 25º aniversário do massacre de Jodyali, onde mais de 600 pessoas morreram, mil foram feitas prisioneiras, cem desapareceram e milhares tiveram que deslocar-se para outros territórios do país.
Os moradores de Jodayli sofriam o assédio das tropas armênias; três meses antes do massacre a população vivia sem gás nem eletricidade.
"Uma noite os bombardeios se intensificaram, as casas arderam e tivemos que fugir", contou Roushan Shabanov, vice-prefeito de Tartar, a última cidade antes da zona desmilitarizada que separa o Azerbaijão da Armênia.
Entre a população correu a informação que as tropas armênias tinham habilitado um corredor para evacuar os civis.
Os moradores, a maioria camponeses, saíram em direção a essa área e morreram. Outros foram para as montanhas e se congelaram. "Foi uma armadilha", lembrou Shabanov.
Desde então o Azerbaijão qualificou este massacre de civis como genocídio, que como tal foi reconhecido por diferentes países da comunidade internacional.
As resoluções 822, 853 e 884 da ONU de 1993 ratificavam que a região de Nagorno Karabakh - 20% do território azeri - é "parte inseparável do Azerbaijão; instam à retirada das forças de ocupação e pedem que se facilite o retorno à população deslocada."
Por enquanto, as resoluções de Nações Unidade não foram cumpridas e os atritos entre ambos exércitos não são incomuns.
"Em Tartar a população chega a mais de um milhão de habitantes, dos quais 250.000 são deslocados", acrescentou o vice-prefeito.
"Por medidas de segurança as zonas próximas ao fronte foram evacuadas e é o exército quem controla esse território que antes eram fazendas; uma terra fértil que servia para sustentar muitos azeris", disse Shabanov.
Este azerbaijano quer a paz para seu país, embora saiba que a convivência que tiveram há tempos azeris e armênios nos territórios de Nagorno Karabakh nunca voltará a acontecer.
"Em 1988, no terremoto de Spitak, mandamos um avião com ajuda e dispararam contra ele. O aparelho teve que retornar ao Azerbaijão", garantiu o vice-prefeito.
"Além das medidas de segurança que o exército efetuou, os armênios cortaram a água que chegava da região montanhosa que agora está em suas mãos", completou Shabanov.
Um carro conduzido por um soldado nos levou à área militar. Antes de chegar o veículo percorreu caminhos onde a desolação e o abandono estavam patentes: fazendas vazias, casas derruídas, estátuas decapitadas; era a antiga aldeia de Hasangaya.
O quartel dos azeris se encontra em um descampado antes da área desmilitarizada.
O coronel Racabov Valeh é o encarregado de nos mostrar a formação militar estabelecida nas proximidades da área de conflito.
Nas paredes do recinto estão penduradas as fotografias dos soldados mortos nas duas últimas disputas, em abril e dezembro de 2016, nas quais cerca de 30 pessoas entre soldados e civis de ambos lados perderam a vida.
"Os soldados deste destacamento têm uma preparação especial; são os encarregados de dificultar qualquer incursão a nosso território. Por isso, sua formação é vital", afirmou Valeh.
O coronel acrescentou que os soldados ali destacados chegavam ao destino formados. "Aqui completamos seu treinamento e lhes preparamos para a missão que devem realizar em caso de necessidade."
As trincheiras azeris se encontram na parte plana e as armênias no alta. "Cada um de nossos movimentos é observado pelo inimigo", assegurou Valesh.
O Tribunal Europeu de Direitos Humanos, em sua decisão de 22 de abril de 2010, qualificou a conduta dos que haviam realizado a incursão de "atos de especial gravidade que podem constituir crimes de guerra ou crimes contra a humanidade."
Passados 25 anos desde o massacre de Jodyali, o grupo de Minsk, formado por Estados Unidos, Rússia e França, continua sem encontrar uma resposta a um conflito que, segundo asseguraram, só tem uma solução "política".
Enquanto isso, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, ressalta: "A Armênia ignora todas as resoluções e decisões de organizações internacionais sobre o fim da ocupação dos territórios azerbaijanos. Nunca permitiremos a criação no território do Azerbaijão de um segundo estado armênio inventado".
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