União Europa comemora 60º aniversário entre luzes e sombras sobre futuro
Javier Albisu.
Bruxelas, 23 mar (EFE).- A União Europeia (UE) comemora neste sábado, em Roma (Itália), seus 60 anos de história em um momento de incerteza por conta de desafios imediatos como o "Brexit", mas por outro lado com o ânimo renovado em Bruxelas, diante da perda de força eleitoral de populismos anti-europeus.
A reunião de 27 países, já que o Reino Unido não participará diante da sua iminente saída da UE, servirá de marco para que os chefes de Estado e de governo façam um acordo em conjunto sobre o futuro do projeto europeu.
O 60º aniversário ocorre em um ano com muitos desafios para a União Europeia, dentro e fora de seu território. Internamente, uma das maiores dores de cabeça nos últimos tempos foi o auge dos movimentos eurocéticos, que parecem perder força, como mostrou a derrota eleitoral do xenofóbico Geert Wilders na Holanda.
O polêmico político liderou durante meses as pesquisas e tinha prometido um referendo sobre a saída do país da UE em caso de vitória de sua chapa.
Porém, apenas 13,1% dos holandeses votaram em Wilders no último dia 15, o deixando bem atrás do atual primeiro-ministro, o liberal europeísta Mark Rutte, que obteve 21,2% dos votos.
"Um voto a favor da Europa, um voto contra extremistas", disse na mesma noite das eleições na Holanda o presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, em linha com o próprio Rutte.
A derrota da extrema-direita na Holanda reforça sua importância se levarmos em conta que este foi o segundo grande golpe recebido pelos "eurocéticos" nos últimos meses, e segue o teor do que pesquisas projetam para os próximos dois importantes compromissos eleitorais europeus: França e Alemanha.
Em dezembro do ano passado, o candidato ecologista Alexander van der Bellen derrotou o ultra Norbert Hofer, nas eleições presidenciais austríacas e, segundo todas as pesquisas, o liberal Emannuel Macron deve vencer a candidata da Frente Nacional, Marine le Pen, nas eleições de abril e maio, na França.
As projeções de voto também colocam para um segundo plano o partido populista Alternativa para a Alemanha (AfD) no próximo pleito, onde parece que Frauke Petry terá menos de 10% de votos, dando destaque para o duelo entre a atual chanceler cristã democrata, Angela Merkel, e o candidato socialista e ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.
Soma-se a isso a recuperação econômica e trabalhista, frágil mas constante, que aparecem nas estatísticas dos 19 países que compartilham a moeda única (com a exceção da Grécia) como em toda a UE.
Mas embora se cumpra o roteiro eleitoral sonhado por Bruxelas, os desafios da UE seguem sendo muitos. De início, quanto a seu desenvolvimento futuro, que parece encaminhado a "Europa em várias velocidades" que patrocinam Paris e Berlim, apesar da ideia ter sido recebida com ceticismo pelos membros do Leste.
Além das fronteiras da UE, os desafios não são insignificantes, com contínuos focos de tensão com a Rússia e Turquia, a desestabilização que gera a guerra na Síria e Iraque, o drama humanitário dos refugiados que tentam ingressar na Europa e os receios despertados em Bruxelas com as mensagens protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Tudo isso com uma negociação do "Brexit" com Londres que, entre as muitas dúvidas levantadas pelo outro lado do canal da Mancha, pela primeira vez em seis décadas, evidência que a integração europeia não é um processo irreversível.
Com essa premissa, os líderes europeus tentarão defender em Roma o slogan que no dia 25 de março de 1957 acompanhou a assinatura dos tratados que deram origem à União Europeia, com a Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e os Países Baixos como membros iniciais: "Europa unida pelo progresso e pela paz".
Bruxelas, 23 mar (EFE).- A União Europeia (UE) comemora neste sábado, em Roma (Itália), seus 60 anos de história em um momento de incerteza por conta de desafios imediatos como o "Brexit", mas por outro lado com o ânimo renovado em Bruxelas, diante da perda de força eleitoral de populismos anti-europeus.
A reunião de 27 países, já que o Reino Unido não participará diante da sua iminente saída da UE, servirá de marco para que os chefes de Estado e de governo façam um acordo em conjunto sobre o futuro do projeto europeu.
O 60º aniversário ocorre em um ano com muitos desafios para a União Europeia, dentro e fora de seu território. Internamente, uma das maiores dores de cabeça nos últimos tempos foi o auge dos movimentos eurocéticos, que parecem perder força, como mostrou a derrota eleitoral do xenofóbico Geert Wilders na Holanda.
O polêmico político liderou durante meses as pesquisas e tinha prometido um referendo sobre a saída do país da UE em caso de vitória de sua chapa.
Porém, apenas 13,1% dos holandeses votaram em Wilders no último dia 15, o deixando bem atrás do atual primeiro-ministro, o liberal europeísta Mark Rutte, que obteve 21,2% dos votos.
"Um voto a favor da Europa, um voto contra extremistas", disse na mesma noite das eleições na Holanda o presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, em linha com o próprio Rutte.
A derrota da extrema-direita na Holanda reforça sua importância se levarmos em conta que este foi o segundo grande golpe recebido pelos "eurocéticos" nos últimos meses, e segue o teor do que pesquisas projetam para os próximos dois importantes compromissos eleitorais europeus: França e Alemanha.
Em dezembro do ano passado, o candidato ecologista Alexander van der Bellen derrotou o ultra Norbert Hofer, nas eleições presidenciais austríacas e, segundo todas as pesquisas, o liberal Emannuel Macron deve vencer a candidata da Frente Nacional, Marine le Pen, nas eleições de abril e maio, na França.
As projeções de voto também colocam para um segundo plano o partido populista Alternativa para a Alemanha (AfD) no próximo pleito, onde parece que Frauke Petry terá menos de 10% de votos, dando destaque para o duelo entre a atual chanceler cristã democrata, Angela Merkel, e o candidato socialista e ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.
Soma-se a isso a recuperação econômica e trabalhista, frágil mas constante, que aparecem nas estatísticas dos 19 países que compartilham a moeda única (com a exceção da Grécia) como em toda a UE.
Mas embora se cumpra o roteiro eleitoral sonhado por Bruxelas, os desafios da UE seguem sendo muitos. De início, quanto a seu desenvolvimento futuro, que parece encaminhado a "Europa em várias velocidades" que patrocinam Paris e Berlim, apesar da ideia ter sido recebida com ceticismo pelos membros do Leste.
Além das fronteiras da UE, os desafios não são insignificantes, com contínuos focos de tensão com a Rússia e Turquia, a desestabilização que gera a guerra na Síria e Iraque, o drama humanitário dos refugiados que tentam ingressar na Europa e os receios despertados em Bruxelas com as mensagens protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Tudo isso com uma negociação do "Brexit" com Londres que, entre as muitas dúvidas levantadas pelo outro lado do canal da Mancha, pela primeira vez em seis décadas, evidência que a integração europeia não é um processo irreversível.
Com essa premissa, os líderes europeus tentarão defender em Roma o slogan que no dia 25 de março de 1957 acompanhou a assinatura dos tratados que deram origem à União Europeia, com a Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e os Países Baixos como membros iniciais: "Europa unida pelo progresso e pela paz".
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