Merkel e Schulz medem forças no primeiro teste eleitoral do ano
Gemma Casadevall.
Berlim, 25 mar (EFE).- A União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, e o Partido Social-Democrata (SPD), de Martin Schulz, a grande ameaça à atual líder da Alemanha no pleito geral deste ano, medem forças neste domingo no estado federado do Sarre, o primeiro teste nas urnas do eleitorado do país.
Com 800 mil moradores em um país de 81 milhões de habitantes, o "Land" do Sarre, que faz fronteira com a França, abre uma rodada de pleitos regionais que servirá como termômetro para o chamado "efeito Schulz", ex-presidente do Parlamento Europeu.
A CDU e o SPU governam no "Land" em uma coalizão que replica a aliança formada em nível federal, liderada por Merkel. Mas, em Sarre, a disputa está acirrada entre a atual chefe do governo, Annegret Kramp-Karrenbaeuer, da CDU, e sua vice, a social-democrata Anke Rehlinger.
As últimas pesquisas apontam que a CDU manterá como a primeira força em Sarre, com 37% das intenções de votos, enquanto o SPU obterá 32%, o que para ambos representa um crescimento de dois pontos percentuais em relação ao resultado de 2012.
Paradoxalmente, o SPD é o partido com mais chances de defender a condição de formar o governo, seja em outra grande coalizão com a CDU ou em uma aliança inexplorada no oeste do país com A Esquerda.
Para a CDU, perder o "Land" seria um importante revés em um ano eleitoral complexo para Merkel devido à animação do SPD com Schulz e com as pesquisas indicando um empate nas eleições gerais marcadas para ocorrer no próximo dia 24 de setembro.
Ao golpe psicológico de Sarre seria somada a perda de espaço no Bundesrat - a câmara alta do parlamento alemão -, algo dificilmente sustentável a curto prazo.
As próximas eleições regionais estão marcadas para maio em Schleswig-Holstein e Renânia do Norte-Vestfália, dois "Länder" muito diferentes. O primeiro é um pequeno estado próximo à Dinamarca. O segundo, o mais populoso do país, no oeste. A única semelhança entre eles é que ambos são governados pelo SPD.
No entanto, para o SPD, cair na tentação de querer liderar em Norte-Vestfália em uma coalizão com A Esquerda, que tem 12,5% dos votos segundo as pesquisas, pode custar caro.
O líder esquerdista no estado-federado é o veterano Oskar Lafontaine, ex-chefe do SPD que em 1999 deixou o partido e o governo de seu então correligionário, Gerhard Schröder, em desacordo com as políticas centristas promovidas pelo então chanceler.
Schröder estava há poucos meses no poder. Além da queda de braço entre eles, a ruptura representou um cisma para o SPD. Lafontaine levou consigo a ala esquerdista do partido, que se fundiu com grupos pós-comunistas do leste do país.
A linha de Lafontaine se mistura nos aspectos político e pessoal com Sahra Wagenknecht, sua esposa e líder da ala comunista do partido, o que é dificilmente digerível para parte do eleitorado do oeste do país.
Schulz, porém, enviou sinais de aproximação a Lafontaine. Além disso, defende revisar a Agenda 2010, o impopular programa de reformas e cortes sociais aprovados por Schörder como chanceler.
Uma aproximação com Lafontaine certamente será aproveitada pelos aliados de Merkel ao longo do ano eleitoral. A própria chanceler, que defende a Agenda 2010 de seu antigo rival, criticou em seus discursos em Sarre o "experimento vermelho-vermelho", uma referência a uma possível coalizão entre SPD e A Esquerda.
A reedição de uma grande coalizão é a fórmula preferida pelo eleitor em nível nacional. Segundo uma recente pesquisa, 30% defendem a opção para o próximo governo, independentemente de quem vença as eleições gerais. Outros 19% preferem uma hipotética coalizão entre SPD, A Esquerda e Os Verdes.
O renascimento da polarização do bipartidarismo tradicional entre a CDU e o SPD ofuscou o crescimento da Alternativa para a Alemanha (AfD), de ultradireita e que foi afetado por conflitos internos.
As pesquisas apontam que a AfD deve obter 6% dos votos nas eleições no Sarre.
Berlim, 25 mar (EFE).- A União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, e o Partido Social-Democrata (SPD), de Martin Schulz, a grande ameaça à atual líder da Alemanha no pleito geral deste ano, medem forças neste domingo no estado federado do Sarre, o primeiro teste nas urnas do eleitorado do país.
Com 800 mil moradores em um país de 81 milhões de habitantes, o "Land" do Sarre, que faz fronteira com a França, abre uma rodada de pleitos regionais que servirá como termômetro para o chamado "efeito Schulz", ex-presidente do Parlamento Europeu.
A CDU e o SPU governam no "Land" em uma coalizão que replica a aliança formada em nível federal, liderada por Merkel. Mas, em Sarre, a disputa está acirrada entre a atual chefe do governo, Annegret Kramp-Karrenbaeuer, da CDU, e sua vice, a social-democrata Anke Rehlinger.
As últimas pesquisas apontam que a CDU manterá como a primeira força em Sarre, com 37% das intenções de votos, enquanto o SPU obterá 32%, o que para ambos representa um crescimento de dois pontos percentuais em relação ao resultado de 2012.
Paradoxalmente, o SPD é o partido com mais chances de defender a condição de formar o governo, seja em outra grande coalizão com a CDU ou em uma aliança inexplorada no oeste do país com A Esquerda.
Para a CDU, perder o "Land" seria um importante revés em um ano eleitoral complexo para Merkel devido à animação do SPD com Schulz e com as pesquisas indicando um empate nas eleições gerais marcadas para ocorrer no próximo dia 24 de setembro.
Ao golpe psicológico de Sarre seria somada a perda de espaço no Bundesrat - a câmara alta do parlamento alemão -, algo dificilmente sustentável a curto prazo.
As próximas eleições regionais estão marcadas para maio em Schleswig-Holstein e Renânia do Norte-Vestfália, dois "Länder" muito diferentes. O primeiro é um pequeno estado próximo à Dinamarca. O segundo, o mais populoso do país, no oeste. A única semelhança entre eles é que ambos são governados pelo SPD.
No entanto, para o SPD, cair na tentação de querer liderar em Norte-Vestfália em uma coalizão com A Esquerda, que tem 12,5% dos votos segundo as pesquisas, pode custar caro.
O líder esquerdista no estado-federado é o veterano Oskar Lafontaine, ex-chefe do SPD que em 1999 deixou o partido e o governo de seu então correligionário, Gerhard Schröder, em desacordo com as políticas centristas promovidas pelo então chanceler.
Schröder estava há poucos meses no poder. Além da queda de braço entre eles, a ruptura representou um cisma para o SPD. Lafontaine levou consigo a ala esquerdista do partido, que se fundiu com grupos pós-comunistas do leste do país.
A linha de Lafontaine se mistura nos aspectos político e pessoal com Sahra Wagenknecht, sua esposa e líder da ala comunista do partido, o que é dificilmente digerível para parte do eleitorado do oeste do país.
Schulz, porém, enviou sinais de aproximação a Lafontaine. Além disso, defende revisar a Agenda 2010, o impopular programa de reformas e cortes sociais aprovados por Schörder como chanceler.
Uma aproximação com Lafontaine certamente será aproveitada pelos aliados de Merkel ao longo do ano eleitoral. A própria chanceler, que defende a Agenda 2010 de seu antigo rival, criticou em seus discursos em Sarre o "experimento vermelho-vermelho", uma referência a uma possível coalizão entre SPD e A Esquerda.
A reedição de uma grande coalizão é a fórmula preferida pelo eleitor em nível nacional. Segundo uma recente pesquisa, 30% defendem a opção para o próximo governo, independentemente de quem vença as eleições gerais. Outros 19% preferem uma hipotética coalizão entre SPD, A Esquerda e Os Verdes.
O renascimento da polarização do bipartidarismo tradicional entre a CDU e o SPD ofuscou o crescimento da Alternativa para a Alemanha (AfD), de ultradireita e que foi afetado por conflitos internos.
As pesquisas apontam que a AfD deve obter 6% dos votos nas eleições no Sarre.
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