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Premiê húngaro critica UE por querer legislar "unilateralmente"

26/04/2017 13h04

Bruxelas, 26 abr (EFE).- O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, criticou nesta quarta-feira que Bruxelas queira legislar "unilateralmente" sem levar em conta que impera em seu país o sentimento de que a União Europeia (UE) não pode estar acima da soberania nacional dos Estados-membros.

Orbán participou hoje em um debate no plenário do Parlamento Europeu sobre a situação na Hungria que coincidiu com a abertura por parte da Comissão Europeia de um procedimento de infração contra seu país, após as novas mudanças legislativas que poderiam levar ao fechamento da Universidade Centro-Europeia.

O premiê húngaro criticou o magnata responsável por essa instituição acadêmica, George Soros, ao afirmar que ele "é um poderoso que todos acolhem calorosamente apesar de ser um inimigo declarado do euro".

Orbán assegurou que a única coisa que a legislação húngara pretende é que as universidades com financiamento estrangeiro tenham as mesmas obrigações e direitos que as húngaras.

O premiê insistiu que o próprio centro explicou aos estudantes e professores que, em nenhum caso, isto implicará no fechamento da universidade.

"Como podem nos acusar de assassinato se a vítima continua viva?", questionou o premiê, que pediu na Eurocâmara que a UE "abandone seus preconceitos" com a Hungria.

Aprovada no dia 4 de abril com a maioria do partido governante Fidesz, a nova normativa húngara exige que as instituições acadêmicas com financiamento oriundo do exterior tenham um campus no país de origem, algo que não ocorre com a Universidade Centro-Europeia, fundada pelo magnata George Soros e presidida pelo intelectual Michael Ignatieff.

A Comissão também divulgará hoje sua resposta sobre a consulta nacional do governo húngaro chamada de "Stop Brussels", que apresenta aos húngaros perguntas relacionadas com as medidas comunitárias em matéria econômica e de imigração.

Além disso, o vice-presidente da Comissão para o Euro, Valdis Dombrovskis, afirmou que mantêm conversas com Budapeste sobre a política de asilo e a minuta de lei sobre o registro de ONGs e acrescentou que a Comissão está "preocupada" com questões sobre a liberdade de "estabelecimento e fornecimento de serviços" na Hungria.