Cheirar pó de chocolate ganha popularidade entre jovens americanos
Hernán Martín.
Washington, 12 jul (EFE).- Totalmente legalizada, disponível no mercado e febre entre os jovens nos Estados Unidos, a moda de aspirar pó de cacau puro está gerando dúvidas sobre se é uma conveniente substituta do uso de drogas ou apenas uma prática saudável.
Assim como as bebidas energéticas e em linha com a tradição de aspirar substâncias vegetais como estimulantes, o consumo do cacau puro em pó, comercializado sob a marca Coco Loko, tem como objetivo conseguir o que o fabricante chama de "energia eufórica", e os jovens, de "subidão". O produto, além de pó de cacau, leva ginkgo biloba, um estimulante vegetal que estimula a circulação sanguínea; taurina, um dos componentes habituais de bebidas energéticas; e sementes de guaraná, ricas em cafeína.
Apesar de a combinação parecer explosiva, Nick Anderson, de 29 anos, fundador e presidente da Legal Lean, empresa por trás do novo produto, garantiu que seu pó de cacau é incapaz de fazer mal e que não tem componentes químicos relacionados a drogas ilegais.
"Encomendamos nossos ingredientes em sites da internet de grande reputação e que têm relatórios de toxicologia e análise. É desenvolvido para dar um 'subidão' de endorfina e uma liberada de serotonina que te proporcionam euforia e vitalidade, algo extraordinário para aproveitar em uma noite de festa, por exemplo", declarou ele à rede de televisão "ABC", ressaltando que também testa e consume o próprio produto.
Segundo o empresário, aspirar o pó marrom, que entrou no mercado em junho, proporciona também um "enfoque tranquilo".
Os efeitos da inalação do cacau duram de 30 minutos a uma hora e são similares aos de uma bebida energética.
"Ele te deixa eufórico, mas também motivado a fazer coisas", argumentou.
Nick Anderson começou essa aventura com US$ 10 mil, e depois de dois meses de testes com diferentes misturas, sempre usando cacau cru como base, chegou à fórmula final, a qual produz com uma empresa de suplementos alimentícios. O pó, que é apresentado como um suplemento vegetal, não tem regulação do governo por não ser alimento, medicamento, nem ser proibido, porque, segundo a agência reguladora americana, a Food and Drug Administration (FDA), não houve "queixas de consumidores ou doenças" associadas ao uso.
Porém, o consumo gerou críticas na comunidade médica, com pessoas que alegam que, embora a princípio pareça inofensivo, isso não quer dizer que seja totalmente inocente.
"A questão é quais são os riscos. Não existem dados e, pelo que sei, ninguém estudou o que acontece quando se aspira chocolate", declarou nesta semana ao jornal "The Washington Post" o diretor do Centro Sinovial do Hospital Johns Hopkins, Andrew Lane.
Ele afirmou ser reticente a encher as cavidades sinoviais de cacau sem saber quais os efeitos a longo prazo, mas disse acreditar que o pó de cacau não vai virar uma droga.
"Quem vai consumir drogas provavelmente não vai começar com chocolate", disse.
Ainda que cheirar pó de cacau soe como suspeito, especialistas consideram que a verdadeira preocupação está no aumento da pressão sanguínea que os estimulantes utilizados nas bebidas energéticas provocam, e cujos efeitos são potencializados quando inalados.
"Inalar algo através da cavidade nasal é um modo mais rápido (de assimilá-lo ao organismo) do que comendo ou bebendo, que requer certa digestão", declarou o professor Paul Arciero à revista "Health", lembrando que já houve casos de overdose de cafeína devido ao consumo de bebidas energéticas.
Washington, 12 jul (EFE).- Totalmente legalizada, disponível no mercado e febre entre os jovens nos Estados Unidos, a moda de aspirar pó de cacau puro está gerando dúvidas sobre se é uma conveniente substituta do uso de drogas ou apenas uma prática saudável.
Assim como as bebidas energéticas e em linha com a tradição de aspirar substâncias vegetais como estimulantes, o consumo do cacau puro em pó, comercializado sob a marca Coco Loko, tem como objetivo conseguir o que o fabricante chama de "energia eufórica", e os jovens, de "subidão". O produto, além de pó de cacau, leva ginkgo biloba, um estimulante vegetal que estimula a circulação sanguínea; taurina, um dos componentes habituais de bebidas energéticas; e sementes de guaraná, ricas em cafeína.
Apesar de a combinação parecer explosiva, Nick Anderson, de 29 anos, fundador e presidente da Legal Lean, empresa por trás do novo produto, garantiu que seu pó de cacau é incapaz de fazer mal e que não tem componentes químicos relacionados a drogas ilegais.
"Encomendamos nossos ingredientes em sites da internet de grande reputação e que têm relatórios de toxicologia e análise. É desenvolvido para dar um 'subidão' de endorfina e uma liberada de serotonina que te proporcionam euforia e vitalidade, algo extraordinário para aproveitar em uma noite de festa, por exemplo", declarou ele à rede de televisão "ABC", ressaltando que também testa e consume o próprio produto.
Segundo o empresário, aspirar o pó marrom, que entrou no mercado em junho, proporciona também um "enfoque tranquilo".
Os efeitos da inalação do cacau duram de 30 minutos a uma hora e são similares aos de uma bebida energética.
"Ele te deixa eufórico, mas também motivado a fazer coisas", argumentou.
Nick Anderson começou essa aventura com US$ 10 mil, e depois de dois meses de testes com diferentes misturas, sempre usando cacau cru como base, chegou à fórmula final, a qual produz com uma empresa de suplementos alimentícios. O pó, que é apresentado como um suplemento vegetal, não tem regulação do governo por não ser alimento, medicamento, nem ser proibido, porque, segundo a agência reguladora americana, a Food and Drug Administration (FDA), não houve "queixas de consumidores ou doenças" associadas ao uso.
Porém, o consumo gerou críticas na comunidade médica, com pessoas que alegam que, embora a princípio pareça inofensivo, isso não quer dizer que seja totalmente inocente.
"A questão é quais são os riscos. Não existem dados e, pelo que sei, ninguém estudou o que acontece quando se aspira chocolate", declarou nesta semana ao jornal "The Washington Post" o diretor do Centro Sinovial do Hospital Johns Hopkins, Andrew Lane.
Ele afirmou ser reticente a encher as cavidades sinoviais de cacau sem saber quais os efeitos a longo prazo, mas disse acreditar que o pó de cacau não vai virar uma droga.
"Quem vai consumir drogas provavelmente não vai começar com chocolate", disse.
Ainda que cheirar pó de cacau soe como suspeito, especialistas consideram que a verdadeira preocupação está no aumento da pressão sanguínea que os estimulantes utilizados nas bebidas energéticas provocam, e cujos efeitos são potencializados quando inalados.
"Inalar algo através da cavidade nasal é um modo mais rápido (de assimilá-lo ao organismo) do que comendo ou bebendo, que requer certa digestão", declarou o professor Paul Arciero à revista "Health", lembrando que já houve casos de overdose de cafeína devido ao consumo de bebidas energéticas.
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