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Ex-embaixador russo nega contatos com assessores de Trump sobre sanções

O presidente dos EUA, Donald Trump (esq.), cumprimenta o embaixador russo nos EUA, Sergei Kislyak, durante encontro no Salão Oval da Casa Branca, em maio - Alexander ShcherbakTass via Get
O presidente dos EUA, Donald Trump (esq.), cumprimenta o embaixador russo nos EUA, Sergei Kislyak, durante encontro no Salão Oval da Casa Branca, em maio Imagem: Alexander ShcherbakTass via Get

Em Moscou

05/08/2017 09h51

O ex-embaixador da Rússia nos Estados Unidos Serguei Kislyak negou neste sábado que teve conversas sobre assuntos secretos ou sanções com o ex-assessor de segurança nacional da Casa Branca Michael Flynn.

"Só falamos sobre as coisas mais simples (...). Mas a conversa foi absolutamente correta, tranquila e totalmente transparente. Nunca houve nenhum segredo da nossa parte", disse Kislyak à rede de televisão estatal russa.

Kislyak é uma figura central na investigação sobre a suposta ingerência russa nas eleições presidenciais do ano passado nos EUA, que levaram Donald Trump ao poder.

"Existem vários temas importantes para a cooperação entre a Rússia e os EUA, especialmente o terrorismo. Esse foi um dos temas que debatemos", apontou.

Kislyak lembrou que recebeu instruções de não discutir com ninguém o assunto das sanções ocidentais pela anexação da Crimeia pela Rússia e a intervenção na Ucrânia.

"Não falamos sobre as sanções com ninguém. Pode ter certeza que cumpri fielmente estas instruções", alegou.

O diplomata, que deixou o cargo no mês passado após nove anos como chefe da legação russa em Washington, não quis comentar a demissão de Flynn, que classificou como "assunto interno dos americanos".

A respeito do chamado "Russiangate", a trama segundo a qual a Rússia influiu nas eleições americanas, o ex-embaixador acusou políticos americanos de se "enlamearem" em investigações com base em "informações falsas" que não interessam ao povo.

O diplomata também negou categoricamente que a Rússia tivesse apoiado Trump durante as eleições e ressaltou que o Kremlin estava preparado para uma vitória de qualquer um dos candidatos, ao contrário da União Europeia, que apostou claramente na democrata Hillary Clinton.

Ainda de acordo com ele, as acusações de que o embaixador de um país possa ser um "espião" são "vergonhosas".

Os contatos de Kislyak com membros da equipe de campanha e transição de Trump estão sendo investigados nos EUA, onde a Rússia é acusada pelas agências de inteligência de tentar interferir no resultado eleitoral.

Kislyak se reuniu de maneira discreta não só com Flynn, mas também com o procurador-geral, Jeff Sessions, e com o genro e assessor de Trump, Jared Kushner.

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