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Seul e Pequim completam 25 anos de relação com tensão por escudo antimísseis

O escudo antimísseis americano Thaad, instalado na Coreia do Sul em 4 de julho de 2017 - Kim Jun-beom/AP Photo
O escudo antimísseis americano Thaad, instalado na Coreia do Sul em 4 de julho de 2017 Imagem: Kim Jun-beom/AP Photo

Em Seul

24/08/2017 02h22

Coreia do Sul e China celebram nesta quinta-feira (24) o 25º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, em pleno momento de tensão na Península Coreana após a instalação em território sul-coreano do escudo antimísseis americano Thaad, em resposta aos testes armamentistas da Coreia do Norte.

Os presidentes dos dois países, Moon Jae-in e Xi Jingping, assim como seus chanceleres, trocaram hoje mensagens de felicitação nas quais enfatizaram a importância dos laços bilaterais, informou a Chancelaria da Coreia do Sul em comunicado.

Moon destacou o avanço que representou o estabelecimento de relações, formalizado em 24 de agosto de 1992, enquanto Xi reiterou que esses laços "trouxeram benefícios substanciais para os cidadãos dos dois países".

O presidente chinês também manifestou seu desejo de que ambos possam administrar suas diferenças "de maneira apropriada" e possam aprofundar sua relação de "forma estável e saudável".

A principal desavença entre Seul e Pequim é atualmente o escudo antimísseis Thaad (sigla para Terminal High Altitude Area Defense), um fator que levou a China a iniciar um boicote não declarado contra produtos, empresas e interesses sul-coreanos desde que começou a instalação do equipamento militar americano.

Seul e Washington defendem que o escudo tem como único objetivo abater mísseis norte-coreanos devido ao aumento do número de testes realizados por Pyongyang, mas Pequim acredita que os radares do Thaad podem ser utilizados para espionar suas bases militares e insistiu na necessidade de sua remoção.

Após décadas de tensão entre dois vizinhos que não reconheciam oficialmente a legitimidade dos seus respectivos governos, pois Seul reconhecia apenas Taiwan e Pequim o regime norte-coreano, a queda da última junta militar na Coreia do Sul deu início a uma aproximação progressiva que culminaria com o estabelecimento de relações em 1992.

Desde então, os laços se fortaleceram gradualmente, sobretudo no âmbito comercial, até o ponto em que a China é hoje o maior parceiro comercial da Coreia do Sul.

No entanto, após um notável esforço por parte do governo da presidente destituída da Coreia do Sul, Park Geun-hye, para conseguir uma aproximação maior com Pequim e diminuir o peso do Japão na região, a aprovação para a instalação do Thaad acabou prejudicando esses avanços.