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Líder do Hezbollah acusa EUA de tentar impedir ofensiva contra o EI no Líbano

31/08/2017 15h35

Beirute, 31 ago (EFE).- O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, acusou nesta quinta-feira os Estados Unidos de ter tentado impedir a operação do Exército do Líbano contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) nas regiões de Ras Baalbeck e Qaa, no nordeste do país e perto da fronteira com a Síria.

"Os EUA ameaçaram o Exército libanês com o corte de apoio se a ofensiva contra o Daesh (acrônimo em árabe de Estado Islâmico) proseguisse", disse Nasrallah em um discurso transmitido pelas emissoras locais do país por causa da celebração do que foi chamado por ele de "segunda vitória".

Para o líder do Hezbollah, os americanos estavam "descontentes" com o triunfo que os soldados do grupo obtiveram na região de Arsal, de onde expulsaram os combatentes da antiga Frente Al Nusra, ex-filial da Al Qaeda na Síria, no mês passado.

"Mas, graças ao presidente Michel Aoun, essa ofensiva continuou", disse Nasrallah, ressaltando que toda a fronteira oeste está agora sob o controle do Exército libanês.

Nasrallah completou que o Hezbollah está disposto a liberar as fazendas de Chebaa, um território que fica entre Israel, Síria e Líbano, e outras regiões ainda ocupadas pelos israelenses, se o grupo receber autorização para realizar essas missões.

Sobre o acordo para resgatar soldados presos pelo EI desde 2014, Nasrallah revelou ter ido à Síria onde se reuniu com o presidente do país, Bashar al Assad, para pedir seu consentimento para que os jihadistas deixassem o Líbano e revelassem o destino dos reféns.

O líder do Hezbollah indicou que possui um vídeo no qual os jihadistas do EI ameaçavam invadir duas aldeias de maioria cristã em Ras Baalbeck e Qaa para sequestrar os moradores e trocá-los por combatentes do grupo presos no Líbano.

O acordo de saída dos membros do EI do Líbano para a Síria foi negociado pelo Hezbollah após uma semana de ofensiva do Exército do país nas regiões de Ras Baalbeck e Qaa. As Forças Armadas da Síria, aliadas do Hezbollah, aceitaram o pacto.

No entanto, o acordo com os terroristas gerou polêmica no Líbano e no Iraque, país onde o EI ainda controla grandes extensões territoriais.