Abe antecipa eleições para fortalecer seu poder perante oposição fragilizada
Antonio Hermosín.
Tóquio, 25 set (EFE).- O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou nesta segunda-feira a dissolução da Câmara Baixa do Parlamento e a convocação de eleições antecipadas em outubro, um movimento para fortalecer seu poder perante a fragilidade da oposição.
Abe, que se for reeleito irá para seu terceiro mandato consecutivo, justificou a medida com a necessidade de finalizar o plano econômico conhecido como "Abenomics" e enfrentar a crescente ameaça da Coreia do Norte.
"Há cinco anos, conseguimos mudar o Governo com o apoio do povo e prometemos fazer uma reforma econômica", disse em coletiva de imprensa o premiê, acrescentando que "agora é o momento de ir além e aplicar as últimas fases para garantir o crescimento".
Abe chegou ao poder no final de 2012, e se o seu partido, o Liberal Democrata (PLD), voltar a vencer as eleições (que seguramente vão acontecer no dia 22 de outubro), ganharia tempo para finalizar a aplicação da sua estratégia econômica, que inclui o impopular aumento do imposto sobre o consumo previsto para 2019.
Pouco antes de anunciar a dissolução da Câmara Baixa para a próxima quinta-feira, o primeiro-ministro adiantou um plano de estímulo econômico de 2 trilhões de ienes (R$ 55,7 bilhões), que incluiria uma ampliação dos serviços públicos e medidas para fomentar o investimento empresarial.
Abe ressaltou importância de contar com "mais unidade política" para "superar a crise" da Coreia do Norte, que no último mês realizou seu sexto teste nuclear e lançou dois mísseis que sobrevoaram o território japonês.
"Estou consciente de que serão eleições difíceis, mas nesta situação em que a Coreia do Norte nos ameaça, quero cumprir minha responsabilidade como líder do país", disse.
O PLD e seu aliado no Governo, o Novo Komeito, contam com uma cômoda maioria na Câmara Baixa da Dieta (329 das 425 cadeiras), um domínio que poderia aumentar de forma significativa se forem confirmados os resultados das pesquisas, muito favoráveis ao partido do primeiro-ministro.
Com a convocação de eleições aproximadamente um ano antes do previsto, Abe pode tirar proveito do notável aumento do apoio popular após superar vários escândalos de favorecimento de aliados que desgastaram o Executivo nos últimos meses.
Segundo uma pesquisa do jornal "Nikkei" publicada nesta segunda-feira, 50% dos japoneses apoiam neste momento o partido do governo, após o índice ter desabado para 30% em julho.
Por sua vez, a principal força da oposição, o Partido Democrático (PD), atravessa um de seus piores momentos das últimas décadas devido à recente renúncia de seu líder, Renho Murata, e a profundas divisões internas, e conta com apenas 8% das intenções de voto.
Nesse cenário, a única ameaça para a hegemonia de Abe seria o partido nacional da governadora de Tóquio, Yuriko Koike, que obteve grande resultado nas eleições à Assembleia metropolitana da capital de julho e tomou a maioria do PLD, em sua maior perda de cadeiras na metrópole.
Koike anunciou nesta segunda-feira a formação de uma nova legenda, batizada como Partido da Esperança e cujas bandeiras serão a transparência da administração pública, dar um maior protagonismo social e econômico à mulher e a rejeição à energia nuclear, os mesmos argumentos com os quais conquistou a capital.
Caso vença as eleições, Abe, de 63 anos, poderá governar até 2021 e se tornar um dos primeiros-ministros do Japão com mais tempo no poder, ao lado de Eisaburo Sato (1964-1972), Yasuhiro Nakasone (1982-1987) e Junichiro Koizumi (2001-2006).
No entanto, para isso também teria que ser reeleito como presidente do seu partido em 2018 e superar uma incipiente oposição na legenda por conta dos escândalos que abalaram o Governo.
Tóquio, 25 set (EFE).- O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou nesta segunda-feira a dissolução da Câmara Baixa do Parlamento e a convocação de eleições antecipadas em outubro, um movimento para fortalecer seu poder perante a fragilidade da oposição.
Abe, que se for reeleito irá para seu terceiro mandato consecutivo, justificou a medida com a necessidade de finalizar o plano econômico conhecido como "Abenomics" e enfrentar a crescente ameaça da Coreia do Norte.
"Há cinco anos, conseguimos mudar o Governo com o apoio do povo e prometemos fazer uma reforma econômica", disse em coletiva de imprensa o premiê, acrescentando que "agora é o momento de ir além e aplicar as últimas fases para garantir o crescimento".
Abe chegou ao poder no final de 2012, e se o seu partido, o Liberal Democrata (PLD), voltar a vencer as eleições (que seguramente vão acontecer no dia 22 de outubro), ganharia tempo para finalizar a aplicação da sua estratégia econômica, que inclui o impopular aumento do imposto sobre o consumo previsto para 2019.
Pouco antes de anunciar a dissolução da Câmara Baixa para a próxima quinta-feira, o primeiro-ministro adiantou um plano de estímulo econômico de 2 trilhões de ienes (R$ 55,7 bilhões), que incluiria uma ampliação dos serviços públicos e medidas para fomentar o investimento empresarial.
Abe ressaltou importância de contar com "mais unidade política" para "superar a crise" da Coreia do Norte, que no último mês realizou seu sexto teste nuclear e lançou dois mísseis que sobrevoaram o território japonês.
"Estou consciente de que serão eleições difíceis, mas nesta situação em que a Coreia do Norte nos ameaça, quero cumprir minha responsabilidade como líder do país", disse.
O PLD e seu aliado no Governo, o Novo Komeito, contam com uma cômoda maioria na Câmara Baixa da Dieta (329 das 425 cadeiras), um domínio que poderia aumentar de forma significativa se forem confirmados os resultados das pesquisas, muito favoráveis ao partido do primeiro-ministro.
Com a convocação de eleições aproximadamente um ano antes do previsto, Abe pode tirar proveito do notável aumento do apoio popular após superar vários escândalos de favorecimento de aliados que desgastaram o Executivo nos últimos meses.
Segundo uma pesquisa do jornal "Nikkei" publicada nesta segunda-feira, 50% dos japoneses apoiam neste momento o partido do governo, após o índice ter desabado para 30% em julho.
Por sua vez, a principal força da oposição, o Partido Democrático (PD), atravessa um de seus piores momentos das últimas décadas devido à recente renúncia de seu líder, Renho Murata, e a profundas divisões internas, e conta com apenas 8% das intenções de voto.
Nesse cenário, a única ameaça para a hegemonia de Abe seria o partido nacional da governadora de Tóquio, Yuriko Koike, que obteve grande resultado nas eleições à Assembleia metropolitana da capital de julho e tomou a maioria do PLD, em sua maior perda de cadeiras na metrópole.
Koike anunciou nesta segunda-feira a formação de uma nova legenda, batizada como Partido da Esperança e cujas bandeiras serão a transparência da administração pública, dar um maior protagonismo social e econômico à mulher e a rejeição à energia nuclear, os mesmos argumentos com os quais conquistou a capital.
Caso vença as eleições, Abe, de 63 anos, poderá governar até 2021 e se tornar um dos primeiros-ministros do Japão com mais tempo no poder, ao lado de Eisaburo Sato (1964-1972), Yasuhiro Nakasone (1982-1987) e Junichiro Koizumi (2001-2006).
No entanto, para isso também teria que ser reeleito como presidente do seu partido em 2018 e superar uma incipiente oposição na legenda por conta dos escândalos que abalaram o Governo.
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