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EUA retirarão pessoal não-essencial de embaixada em Cuba, afirmam emissoras

29/09/2017 12h01

Washington, 29 set (EFE).- O governo dos Estados Unidos ordenou a retirada de todo seu pessoal não-essencial da sua embaixada em Cuba, após o "ataque acústico" sofrido por pelo menos 21 americanos destinados na ilha e cujo responsável se desconhece, segundo anteciparam nesta sexta-feira as emissoras "CNN" e "CBS".

A ordem, que será anunciada hoje pelo Departamento de Estado, contempla também a suspensão da emissão de vistos na embaixada em Cuba de maneira indefinida, de acordo com funcionários americanos citados sob anonimato por ambas emissoras.

Além disso, o governo dos EUA pretende alertar seus cidadãos do perigo de serem vítimas de "ataques" se viajarem a Cuba.

Nesta quinta-feira, o governo americano já tinha confirmado que o secretário de Estado, Rex Tillerson, estava "revisando todas as suas opções", inclusive a retirada de parte do pessoal diplomático em Cuba, após o "ataque acústico".

Dois dias antes, na terça-feira, Tillerson havia se reunido na capital americana com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, para tratar este misterioso assunto.

Após o encontro, o Departamento de Estado disse em um comunicado que a conversa entre ambos foi "firme e franca", e que "refletiu a profunda preocupação dos Estados Unidos com a segurança de seu pessoal diplomático".

Nela, Tillerson "expressou a gravidade da situação e insistiu às autoridades cubanas sobre sua obrigação de proteger o pessoal da embaixada e suas famílias".

Rodríguez, por sua parte, indicou que "seria lamentável que se politizasse um assunto desta natureza e que se tomassem decisões apressadas e sem sustento em evidências e resultados investigativos conclusivos".

Os EUA asseguram que pelo menos 21 americanas destinados em Havana sofreram "incidentes de saúde", ainda que também tenha ressaltado que não têm "respostas definitivas sobre a fonte ou causa" dos mesmos.

Segundo meios de comunicação americanos, que citam relatórios médicos dos afetados, alguns destes diplomatas sofreram lesões cerebrais traumáticas leves e perda de audição por causa dos incidentes.

As novas tensões se emolduram em um período de esfriamento das relações bilaterais por conta da nova política fixada pelo presidente americano, Donald Trump.

Trump impôs certas restrições à abertura para a ilha promovida por seu antecessor na Casa Branca, Barack Obama, respaldou o embargo e se negou a negociar com o governo de Raúl Castro se não houver avanços democráticos em Cuba.