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Investigado pelo caso Odebrecht, ex-candidato panamenho deixa a prisão

29/09/2017 00h30

Cidade do Panamá, 28 set (EFE).- O ex-candidato à presidência do Panamá, José Domingo Arias, do partido do ex-presidente Ricardo Martinelli e investigado pelo caso Odebrecht, foi libertado nesta quinta-feira após permanecer preso provisoriamente quase um mês, mas apesar da liberdade, está proibido de deixar o país, entre outras medidas cautelares.

Uma fonte do Sistema Penitenciário confirmou à Agência Efe que Arias "já está em casa", após ter recebido nesta manhã sua "notificação" para ficar livre.

A decisão judicial que deu liberdade a Arias foi redigida pelo juiz Harry Díaz e resolve um recurso de habeas corpus apresentado a favor do ex-candidato do partido Mudança Democrática.

A opinião do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) substituiu a prisão provisória imposta a Arias pela Promotoria Especial Anticorrupção, pela obrigação de se apresentar no dia 30 de cada mês perante a autoridade competente e a proibição de deixar o país sem autorização judicial.

A imprensa local publicou uma notificação do juiz Harry Díaz, com data desta quinta-feira, dirigida ao chefe do Sistema Penitenciário, Armando Medina, solicitando "deixar em liberdade imediata" o ex-candidato.

José Domingo Arias foi preso no dia 29 de agosto, no aeroporto, quando tentava sair do país, sem notificar o Ministério Público (MP), e permaneceu nas instalações da Direção de Investigação Judicial (DIJ) até último dia 6, quando foi transferido para a prisão El Renascer, nas margens do Canal do Panamá.

O ex-candidato à presidência nas eleições de 2014 é investigado pela promotoria por supostamente receber dinheiro da Odebrecht para sua campanha política, negado pelo político no dia 10 de junho quando foi interrogado pela primeira vez.

A MP panamenho abriu mais de 20 investigações em torno da Odebrecht com pelo menos 43 processados, entre eles dois filhos do ex-presidente Martinelli, Ricardo e Luis Enrique Martinelli Linares, que estão sob busca e captura internacional.

O escândalo da construtora brasileira foi descoberto no final do ano passado, quando os Estados Unidos revelaram que a Odebrecht admitiu ter pago US$ 788 milhões em propinas em 12 países da América Latina e África, sendo que US$ 59 milhões no Panamá entre 2009 e 2014.