Oposição síria pactua administração de fronteira com facções e Turquia
As partes chegaram ao acordo durante uma reunião realizada hoje na base das forças especiais turcas na Síria, de acordo com um comunicado divulgado ao final do encontro e publicado na internet.
A reunião contou com a presença de líderes de facções sírias que colaboram com a Turquia, membros do governo interino da oposição e representantes turcos.
Na nota, as partes anunciaram a "unificação da administração das passagens de fronteira (com a Turquia) nas áreas do 'Escudo do Eufrates' e entregá-la ao governo interino".
Grupos armados do "Escudo do Eufrates" é como se autoproclamam as organizações rebeldes sírias aliadas da Turquia, que usam o nome da ofensiva homônima lançada no ano passado contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e milícias curdas no norte de Aleppo.
Tais facções têm presença em algumas áreas fronteiriças do norte de Aleppo e Idlib, ambas no noroeste da Síria.
Também foi pactuada a integração dos ingressos que reportem os cruzamentos da fronteira em um escritório único supervisionado pelo Executivo opositor, vinculado à Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal aliança política da oposição.
O texto detalha que esses ingressos serão distribuídos depois "de forma justa entre o governo interino, os conselhos locais e o Exército Livre Sírio (ELS)".
O documento não informa o que ocorrerá com as passagens fronteiriças que são controladas por outras organizações armadas, como o Organismo de Liberdade do Levante, a aliança da ex-filial da Al Qaeda.
Por outro lado, os participantes da reunião anteciparam que haverá uma remodelação das facções em "um exército único e unificado" que ocorrerá em duas etapas.
Na primeira, serão constituídos três "corpos": o do exército nacional (opositor), o do Sultão al Murad e o da Frente do Levante. Em seguida, entrará em vigor uma segunda fase em que esses três corpos começarão a operar como "um exército organizado e livre", que contará com várias subdivisões.
Nesta etapa, os insurgentes entregarão suas armas, veículos, equipamento e bases ao Ministério de Guerra do Executivo opositor.
O comunicado ressalta que os grupos que não adotarem esta decisão serão imediatamente dissolvidos.
Esta não é a primeira vez que as facções tentam unificar seu comando, embora seus esforços sempre tenham sido infrutíferos por conta das divisões existentes entre elas.