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Oposição síria pactua administração de fronteira com facções e Turquia

24/10/2017 16h41

Beirute, 24 out (EFE).- O governo interino da oposição síria fez um acordo nesta terça-feira com facções apoiadas pela Turquia e militares turcos uma administração unificada das passagens de fronteira nas áreas onde há presença de rebeldes no norte da Síria.

As partes chegaram ao acordo durante uma reunião realizada hoje na base das forças especiais turcas na Síria, de acordo com um comunicado divulgado ao final do encontro e publicado na internet.

A reunião contou com a presença de líderes de facções sírias que colaboram com a Turquia, membros do governo interino da oposição e representantes turcos.

Na nota, as partes anunciaram a "unificação da administração das passagens de fronteira (com a Turquia) nas áreas do 'Escudo do Eufrates' e entregá-la ao governo interino".

Grupos armados do "Escudo do Eufrates" é como se autoproclamam as organizações rebeldes sírias aliadas da Turquia, que usam o nome da ofensiva homônima lançada no ano passado contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e milícias curdas no norte de Aleppo.

Tais facções têm presença em algumas áreas fronteiriças do norte de Aleppo e Idlib, ambas no noroeste da Síria.

Também foi pactuada a integração dos ingressos que reportem os cruzamentos da fronteira em um escritório único supervisionado pelo Executivo opositor, vinculado à Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal aliança política da oposição.

O texto detalha que esses ingressos serão distribuídos depois "de forma justa entre o governo interino, os conselhos locais e o Exército Livre Sírio (ELS)".

O documento não informa o que ocorrerá com as passagens fronteiriças que são controladas por outras organizações armadas, como o Organismo de Liberdade do Levante, a aliança da ex-filial da Al Qaeda.

Por outro lado, os participantes da reunião anteciparam que haverá uma remodelação das facções em "um exército único e unificado" que ocorrerá em duas etapas.

Na primeira, serão constituídos três "corpos": o do exército nacional (opositor), o do Sultão al Murad e o da Frente do Levante. Em seguida, entrará em vigor uma segunda fase em que esses três corpos começarão a operar como "um exército organizado e livre", que contará com várias subdivisões.

Nesta etapa, os insurgentes entregarão suas armas, veículos, equipamento e bases ao Ministério de Guerra do Executivo opositor.

O comunicado ressalta que os grupos que não adotarem esta decisão serão imediatamente dissolvidos.

Esta não é a primeira vez que as facções tentam unificar seu comando, embora seus esforços sempre tenham sido infrutíferos por conta das divisões existentes entre elas.