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Hezbollah apoia suspensão de renúncia de Hariri e sua volta ao Líbano

23/11/2017 14h25

Beirute, 23 nov (EFE).- O grupo xiita libanês Hezbollah mostrou nesta quinta-feira seu apoio à decisão do primeiro-ministro, Saad Hariri, que ontem suspendeu sua renúncia, apresentada no último dia 4 de novembro na Arábia Saudita, para solucionar a crise política no Líbano.

"Com o regresso de Hariri ao Líbano e suas declarações positivas, cabe esperar a possibilidade de um retorno à normalidade", afirmou o grupo parlamentar do Hezbollah em um comunicado ao término de sua reunião semanal.

Ao mesmo tempo, o grupo criticou as "declarações incendiárias de alguns países do golfo Pérsico, que deformam a realidade da resistência" (como o Hezbollah se denomina), enquanto alguns de seus rivais sunitas o consideram uma organização "terrorista".

O chefe do grupo parlamentar do Hezbollah, Mohammad Raad, afirmou em um ato realizado no sul do país que a coalizão está "aberta a tudo o que permitir resguardar o Líbano", reforçando as palavras de Hariri, que pediu que os interesses nacionais estejam acima dos partidários.

A "Agência Nacional de Notícias" do Líbano (ANN), informou que Raad destacou que o Hezbollah "não busca a insurreição, mas sim garantir a segurança do povo, preservar a soberania e defender a unidade" do país.

"Rejeitamos as interferências nas nossas decisões e nas do Estado. Os libaneses devem tomar as suas próprias", acrescentou o grupo, em referência à Arábia Saudita, que foi acusada de forçar Hariri a renunciar em Riad, onde permaneceu mais de duas semanas.

Finalmente, Raad pediu que "esta oportunidade para unificar as posturas libanesas" seja aproveitada.

Por sua vez, Hariri reiterou hoje que sua "principal preocupação é a estabilidade do Líbano" e pediu mais uma vez que as crises regionais sejam resolvidas "com atos, e não só com palavras", em aparente referência aos vínculos do Hezbollah com o Irã e seu envolvimento no conflito sírio.