Miguel Hohenzollern-Sigmaringen, o último rei da Romênia
Raúl Sánchez Costya
Bucareste, 5 dez (EFE).- Com a morte nesta terça-feira de Miguel Hohenzollern-Sigmaringen, rei da Romênia até que o regime comunista o forçou a abdicar em 1947, desaparece também um dos últimos chefes de Estado protagonistas da II Guerra Mundial.
Miguel Hohenzollern-Sigmaringen, que depois seria conhecido como Miguel I, nasceu em 25 de outubro de 1921, filho do então príncipe herdeiro Carlos e de Helena da Grécia e da Dinamarca e neto do rei Fernando I da Romênia.
Quando seu pai, Carlos II, renunciou aos direitos ao trono, Miguel foi nomado príncipe herdeiro e foi coroado rei em 1927 após a morte de seu avô Fernando.
Miguel I ocupou o trono até 1930, quando Carlos retornou à Romênia, depôs seu filho e se proclamou rei.
Dez anos depois, com a II Guerra Mundial já começada e com a Romênia sob a ditadura do marechal Íon Antonescu, aliado da Alemanha nazista, Carlos voltou a fugir do país e Miguel foi proclamado rei novamente.
A sua condição de rei títere do regime nazista romeno terminou em 1944, quando liderou um golpe contra Antonescu, responsável por ter enviado ao extermínio cerca de 300 mil judeus romenos, e se uniu aos Aliados.
Após a invasão soviética da Romênia, Miguel I foi primeiro obrigado a nomear um governo dominado pelo Partido Comunista e em dezembro de 1947 foi obrigado a abdicar do trono.
Um mês antes, Miguel I tinha viajado para Londres para assistir ao casamento da futura rainha Elizabeth II e conheceu a princesa Ana de Bourbon-Parma, com quem se casou em cerimônia que foi realizada em Atenas em 1948.
Com a rainha Ana, que morreu em agosto de 2016, Miguel teve cinco filhas.
Após sua abdicação, o rei romeno se exilou na Suíça junto com sua mãe, a rainha Helena, e um punhado de serventes.
Durante o exílio, trabalhou como piloto de testes e corretor da Bolsa.
Após a execução em 1989 do último ditador comunista, Nicolae Ceaucescu, Miguel tratou de retornar à Romênia em 1992, mas foi detido e expulso.
A reconciliação e a permissão para voltar à Romênia não aconteceu até 1997.
"Não vejo a Romênia como uma herança de nossos pais, mas um país que tomamos emprestado de nossos filhos", afirmou em outubro de 2011 em seu primeiro discurso perante o Parlamento romeno desde 1947.
"A política pode prejudicar os cidadãos se desprezar a ética, se personalizar o poder e se ignorar o papel primordial das instituições do Estado", ressaltou então Miguel, acompanhado por sua filha, a princesa Margarida que, apesar de ser herdeira da Coroa, renunciou a qualquer reivindicação ao trono romeno.
Após retornar à Romênia, Miguel recuperou parte de seu patrimônio, como os palácios de Peles, Elisabeta e Savarsin (oeste do país), e o Senado romeno lhe outorgou em 2001 direitos como ex-chefe do Estado.
Sua popularidade entre os romenos foi crescendo e chegou até 30% dos romenos que são a favor da volta da monarquia no país.
O ex-monarca designou em 2007 sua filha primogênita, a princesa Margarida, que tem agora 68 anos, como sucessora ao trono.
Miguel I foi o último rei da Romênia, um país no qual a monarquia foi instaurada em 1861 com a proclamação do príncipe alemão Carlos de Hohenzollern-Sigmaringen como rei Carlos I.
Bucareste, 5 dez (EFE).- Com a morte nesta terça-feira de Miguel Hohenzollern-Sigmaringen, rei da Romênia até que o regime comunista o forçou a abdicar em 1947, desaparece também um dos últimos chefes de Estado protagonistas da II Guerra Mundial.
Miguel Hohenzollern-Sigmaringen, que depois seria conhecido como Miguel I, nasceu em 25 de outubro de 1921, filho do então príncipe herdeiro Carlos e de Helena da Grécia e da Dinamarca e neto do rei Fernando I da Romênia.
Quando seu pai, Carlos II, renunciou aos direitos ao trono, Miguel foi nomado príncipe herdeiro e foi coroado rei em 1927 após a morte de seu avô Fernando.
Miguel I ocupou o trono até 1930, quando Carlos retornou à Romênia, depôs seu filho e se proclamou rei.
Dez anos depois, com a II Guerra Mundial já começada e com a Romênia sob a ditadura do marechal Íon Antonescu, aliado da Alemanha nazista, Carlos voltou a fugir do país e Miguel foi proclamado rei novamente.
A sua condição de rei títere do regime nazista romeno terminou em 1944, quando liderou um golpe contra Antonescu, responsável por ter enviado ao extermínio cerca de 300 mil judeus romenos, e se uniu aos Aliados.
Após a invasão soviética da Romênia, Miguel I foi primeiro obrigado a nomear um governo dominado pelo Partido Comunista e em dezembro de 1947 foi obrigado a abdicar do trono.
Um mês antes, Miguel I tinha viajado para Londres para assistir ao casamento da futura rainha Elizabeth II e conheceu a princesa Ana de Bourbon-Parma, com quem se casou em cerimônia que foi realizada em Atenas em 1948.
Com a rainha Ana, que morreu em agosto de 2016, Miguel teve cinco filhas.
Após sua abdicação, o rei romeno se exilou na Suíça junto com sua mãe, a rainha Helena, e um punhado de serventes.
Durante o exílio, trabalhou como piloto de testes e corretor da Bolsa.
Após a execução em 1989 do último ditador comunista, Nicolae Ceaucescu, Miguel tratou de retornar à Romênia em 1992, mas foi detido e expulso.
A reconciliação e a permissão para voltar à Romênia não aconteceu até 1997.
"Não vejo a Romênia como uma herança de nossos pais, mas um país que tomamos emprestado de nossos filhos", afirmou em outubro de 2011 em seu primeiro discurso perante o Parlamento romeno desde 1947.
"A política pode prejudicar os cidadãos se desprezar a ética, se personalizar o poder e se ignorar o papel primordial das instituições do Estado", ressaltou então Miguel, acompanhado por sua filha, a princesa Margarida que, apesar de ser herdeira da Coroa, renunciou a qualquer reivindicação ao trono romeno.
Após retornar à Romênia, Miguel recuperou parte de seu patrimônio, como os palácios de Peles, Elisabeta e Savarsin (oeste do país), e o Senado romeno lhe outorgou em 2001 direitos como ex-chefe do Estado.
Sua popularidade entre os romenos foi crescendo e chegou até 30% dos romenos que são a favor da volta da monarquia no país.
O ex-monarca designou em 2007 sua filha primogênita, a princesa Margarida, que tem agora 68 anos, como sucessora ao trono.
Miguel I foi o último rei da Romênia, um país no qual a monarquia foi instaurada em 1861 com a proclamação do príncipe alemão Carlos de Hohenzollern-Sigmaringen como rei Carlos I.
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