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Partido catalão encerra campanha diante da prisão em que a Espanha deteve seu líder

Ato final dos catalães do Partido ERC diante da prisão em Estremera foi interrompido por manifestantes contrários ao separatismo da Catalunha - Sergio Perez/Reuters
Ato final dos catalães do Partido ERC diante da prisão em Estremera foi interrompido por manifestantes contrários ao separatismo da Catalunha Imagem: Sergio Perez/Reuters

Em Madri

19/12/2017 11h35

O partido catalão ERC (republicanos independentistas de esquerda) encerrou sua campanha eleitoral nesta terça-feira com um ato em frente à prisão em Madri onde está detido o líder da legenda e seu cabeça de chapa nas eleições, Oriol  Junqueras, por seu envolvimento no processo independentista da Catalunha. Manifestantes do grupo de ultradireita Hogar Social Madrid tentaram interromper o ato com gritos de "A Catalunha é da Espanha".

Os catalães decidem na quinta-feira se os separatistas devem voltar ao poder, do qual foram expulsos quando a região ficou sob tutela de Madri, em outubro. A número dois da chapa, Marta Rovira, denunciou em frente à prisão de Estremera, em Madri, que Junqueras permanece preso sem julgamento e pediu "mais democracia" para resolver os conflitos por meio do diálogo.

Rovira lamentou também que seu líder não tenha podido realizar campanha e defender o programa eleitoral "em igualdade de condições" com os demais candidatos.

Oriol  Junqueras, ex-presidente do governo catalão, está em prisão provisória desde o último dia 2 de novembro, pelos supostos crimes de rebelião, insurreição e desvio de fundos públicos após a frustrada declaração de independência da Catalunha em 27 de outubro.

Além de Junqueras, competem pela liderança dos independentistas nas eleições catalãs o ex-presidente Carles Puigdemont como cabeça de chapa da JxCat (Junts per Catalunya), que também realizou uma campanha fora da Catalunha, uma vez que se refugiou na Bélgica para não responder à Justiça espanhola.

Em uma entrevista a uma emissora de rádio nesse país, Puigdemont desafiou hoje o Estado a "retirar as causas judiciais" pelo processo independentista se esta opção ganhar, pois o contrário seria "não respeitar a democracia", e previu que no dia 21 de dezembro se verá que a "receita" do presidente de governo da Espanha, Mariano Rajoy, não funcionou.