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Trump afirma que é falso que tenha mandado demitir promotor

26/01/2018 09h20

Davos (Suíça), 26 jan (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assegurou nesta sexta-feira que é falso que tenha tentado demitir o promotor especial encarregado de investigar a trama russa, Robert Mueller.

"Notícias falsas. Notícias falsas. Típico 'New York Times'. História falsa", declarou Trump em sua chegada ao centro de congressos do Fórum Econômico Mundial onde nas próximas horas pronunciará seu esperado discurso.

Segundo publicou hoje o jornal "The New York Times", Trump ordenou a demissão do promotor, mas o advogado da Casa Branca, Donald McGahn, o dissuadiu ao ameaçá-lo com sua própria demissão.

O episódio, segundo o jornal, aconteceu em junho de 2017, dias depois de Mueller ser nomeado promotor especial no dia 17 de maio.

O jornal assegura que quatro fontes diferentes confirmaram a informação, sob condição de permanecer no anonimato.

Descontente com a nomeação de um promotor independente para liderar a investigação sobre as supostas ingerências russas na campanha eleitoral, Trump alegou que Mueller tinha até três conflitos de interesses por seu trabalho como advogado que lhe desabilitavam para sua nova responsabilidade.

Em maio, Trump já provocou um grande escândalo ao demitir o então diretor do FBI, James Comey, que nesse momento liderava a investigação que foi assumida depois por Mueller.

Segundo "The New York Times", quando ordenou a demissão de Mueller, Trump se encontrou logo depois com McGahn, uma pessoa da sua confiança que contratou para a Casa Branca após trabalhar como advogado da sua campanha presidencial.

McGahn disse então a Trump que ele mesmo se demitiria por considerar que a saída de Mueller teria um efeito "catastrófico" na presidência e que levantaria ainda mais suspeitas sobre a possível implicação do Kremlin com seu cliente.

Nesta quarta-feira, antes de viajar a Davos, Trump disse estar disposto a submeter-se a um interrogatório "sob juramento" com Mueller, ainda que seu advogado pessoal, John Dowd, tenha ressaltado hoje à emissora "CNN" que esta decisão será tomada por ele.

Trump fez os comentários sobre o artigo do jornal nova-iorquino em sua chegada ao centro de conferências de Davos e antes do seu primeiro encontro bilateral com o presidente de Ruanda, Paul Kagame. EFE

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