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Agências humanitárias relatam melhora na situação dos rohingyas em Bangladesh

25/02/2018 06h48

Daca, 25 fev (EFE).- A situação nos campos de refugiados rohingyas em Bangladesh melhorou consideravelmente passados seis meses desde o início da crise, embora as instalações estejam saturadas e as monções possam piorar as condições, advertiram neste domingo agências humanitárias.

"Nos primeiros dias e semanas depois de 25 de agosto (quando começou o êxodo de rohingyas a Bangaldesh), os recém-chegados de Mianmar dormiam ao ar livre, havia escassez severa de comida e água limpa e muito pouco em termos de latrinas e instalações sanitárias", disse à Agência Efe Fiona Macgregor, porta-voz da Organização Internacional de Migração (OIM).

"Desde então, a OIM e seus parceiros ajudaram a cerca de 600.000 pessoas com materiais para criar abrigos e trabalharam com outras agências e as autoridades de Bangladesh para proporcionar estradas, pontes, desaguamentos e latrinas, o que resultou em notáveis melhorias nas condições nos acampamentos", destacou.

No entanto, Macgregor alertou que os campos de refugiados continuam estando "desesperadamente superpovoados" e "muito abaixo de qualquer padrão internacional para condições de vida aceitáveis".

Na Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), a porta-voz Caroline Gluck concordou em assinalar que se está passando de uma fase de "emergência" para uma de "consolidação", enquanto continuam melhorando as condições e os serviços aos rohingyas.

Mesmo assim, Gluck expressou sua "extrema" preocupação perante a iminente temporada de monções e os consequentes deslizamentos de terra e inundações.

Para diminuir seus efeitos, a Acnur começou a transferir 300 famílias a outros pontos dos acampamentos com menos riscos.

A repatriação dos refugiados rohingyas, dos quais 688.000 chegaram a Bangladesh desde agosto do ano passado, deveria ter começado em um prazo de dois meses desde a assinatura de um acordo entre Daca e Mianmar no último dia 23 de novembro.

O êxodo rohingya começou em 25 de agosto do ano passado, após um ataque de um grupo insurgente que foi respondido com uma campanha militar em Rakhine, onde calcula-se que vivia cerca de um milhão de membros desta minoria muçulmana não reconhecida pelas autoridades birmanesas.

A ONU e organizações defensoras dos direitos humanos denunciaram várias vezes que existem provas claras sobre os abusos e o Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU os qualificou como "limpeza étnica" e acrescentou que há indícios de "genocídio".