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Trump ataca Mueller novamente, mas Casa Branca nega sua demissão

21/03/2018 11h55

Washington, 21 mar (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou nesta quarta-feira a atacar o procurador especial responsável por investigar a suposta ingerência da Rússia nas eleições americanas, Robert Mueller, depois que a Casa Branca garantiu que o chefe de Estado não pensa em demiti-lo do cargo.

Através do Twitter, Trump citou um professor de direito da Universidade de Harvard, Alan Dershowitz, que, segundo ele, é contrário à escolha de Mueller como investigador independente responsável pelo caso.

"'O procurador tem a ordem de investigar crimes, existam eles ou não. Me opus à escolha de Mueller como procurador especial. Ainda me oponho. Acredito que o presidente Trump estava certo quando disse que jamais deveria ter sido indicado um procurador especial, porque não havia uma causa provável para acreditar que houve algum crime, coordenação e obstrução da justiça'. Assim afirmou o professor de Direito de Harvard Alan Dershowitz", escreveu Trump.

Os rumores sobre a possível destituição de Mueller por determinação de Trump aumentaram ao longo do fim de semana, depois que o presidente demitiu o ex-subdiretor do FBI, Andrew McCabe, faltando dois dias para sua aposentadoria, o que provocou a indignação da comunidade de inteligência.

Durante o fim de semana, Trump atacou a equipe liderada por Mueller, um dia depois que seu advogado pessoal, John Dowd, pediu o fim da investigação ao considerar que esta foi "fabricada" pelos antigos diretores do FBI por motivação política.

"Por que a equipe de Mueller tem 13 democratas de linha dura, alguns deles grandes simpatizantes da corrupta Hillary (Clinton), e nenhum republicano? Há pouco eles acrescentaram outro democrata... Alguém acredita que isso é justo? E, no entanto, NÃO HOUVE CONSPIRAÇÃO (com a Rússia)! ", escreveu Trump no Twitter.

Trump, no entanto, omitiu que o próprio Mueller é republicano e foi indicado em 2001 como diretor do FBI, a polícia federal de investigação dos EUA, por George W. Bush.

O magnata repete constantemente que sua campanha não conspirou com a Rússia, mas nunca havia mencionado diretamente Mueller em seus tweets até a tarde de sábado, segundo revela uma busca em um arquivo público de suas mensagens na rede social.

"A investigação de Mueller nunca deveria ter começado, porque não houve conspiração e não houve crime. Ela se baseou em atividades fraudulentas e num falso dossiê financiado pela corrupta Hillary (Clinton)", tuítou Trump no sábado.

As duas menções ao procurador especial, que atua de forma independente sob a jurisdição do Departamento de Justiça, evidenciaram a impaciência do presidente com relação à investigação sobre a ingerência russa.