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Cardeal chefe de finanças do Vaticano será julgado por pedofilia

Cardeal George Pell deixa tribunal de Melbourne após audiência preliminar - Kristen Gelineau/AP Photo
Cardeal George Pell deixa tribunal de Melbourne após audiência preliminar Imagem: Kristen Gelineau/AP Photo

Em Sydney

30/04/2018 22h41

Um tribunal da Austrália determinou nesta terça-feira (1º) que existem evidências suficientes para abrir um julgamento formal por pedofilia contra o cardeal australiano George Pell, chefe das finanças do Vaticano.

A informação foi confirmada pela emissora local "ABC" ao referir-se à decisão adotada pela magistrada Belinda Wallington, que se encontra em plena leitura de sua decisão no Tribunal de Magistrados de Melbourne.

A decisão foi tomada no marco de um processo preliminar que começou no último dia 5 de março por "múltiplas" acusações de suposto abuso sexual contra menores, cujo número e detalhes se desconhece por estarem sob segredo de justiça.

A expectativa é que Pell, de 76 anos, se declare inocente das acusações, segundo já tinha antecipado em dias anteriores seu advogado, Robert Richter.

Até o momento se sabe que Pell deverá responder a "múltiplas acusações de diferentes querelantes" de acordo com a decisão de Wallington, que também teria desprezado sete acusações vinculadas a um querelante, segundo informou o site da edição australiana do jornal "The Guardian".

As provas são mantidas em segredo, embora ao longo do processo tenham vazado alguns detalhes sobre as acusações, entre elas uma de quando era arcebispo de Melbourne durante a década de 1990, e outra quando era sacerdote em Ballarat, sua cidade natal, na década de 1970.

O processo contra Pell começou depois que o cardeal prestou depoimento em três ocasiões como testemunha perante a Comissão Real que averiguou a resposta das instituições públicas e religiosas da Austrália aos abusos sexuais de menores cometidos em seu âmbito.

Segundo a Comissão, a Igreja Católica recebeu queixas de 4.500 pessoas por supostos abusos a menores cometidos por 1.880 membros da instituição, principalmente sacerdotes, entre 1980 e 2015, embora alguns casos remontem à década de 1920.

No entanto, a Comissão não averiguou os supostos casos de pedofilia de Pell.