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Ex-presidente aceita extradição ao Panamá e desistirá de processos nos EUA

24/05/2018 12h02

Cidade do Panamá, 24 mai (EFE).- O ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, preso nos Estados Unidos desde junho do ano passado, disse em uma carta publicada nesta quinta-feira que aceita ser extraditado a seu país pelo caso dos grampos ilegais e, por isso, estava desistindo dos processos na Justiça americana com os quais pretendia evitar a extradição.

O advogado de Martinelli confirmou para a Agência Efe a autenticidade da carta e informou que seus defensores nos Estados Unidos devem apresentar "os pedidos de desistência" do habeas corpus apresentado contra a extradição ao Panamá e do recurso contra a apelação da acusação a uma fiança de libertação ditada em seu favor.

O advogado esclareceu que, após a desistência dos recursos, o Departamento de Justiça dos EUA informa "de imediato" ao Departamento de Estado, que deverá decidir sobre a extradição.

A Suprema Corte de Justiça do Panamá requer Martinelli por um caso de grampos ilegais aos quais mais de 150 pessoas foram submetidas durante o seu governo, um dos cerca de 10 casos penais abertos contra o ele por suspeita de corrupção.

O ex-governante insiste que esses casos não têm sustentação e fazem parte de uma suposta perseguição política por parte do atual chefe de Estado panamenho, Juan Carlos Varela, que foi vice-presidente de Martinelli graças a uma aliança eleitoral e nega tal alegação.

Martinelli foi detido em 12 de junho de 2017 em Coral Gables, cidade vizinha a Miami onde tem sua residência, em razão da solicitação de extradição da Suprema Corte do Panamá pelo caso das escutas ilegais. Desde então, o ex-presidente vinha travando uma batalha judicial nos tribunais americanos para evitar a extradição.