Topo

Maduro ordena que militares assinem juramento após descobrir conspiração

24/05/2018 22h08

Caracas, 24 mai (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou nesta quinta-feira que o alto comando das Forças Armadas assinasse um documento de lealdade após descobrir que vários militares pretendiam participar de uma conspiração para impedir as eleições presidenciais realizadas no último domingo.

"Ordenei transformá-lo em documento, que seja assinado por toda a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), para levar a fundo um processo de reativação dos valores morais e ideológicos, conceituais, de cada oficial, até no último comando", disse.

Maduro fez as afirmações em frente a vários pelotões de cadetes das escolas militares em uma parada militar sobre sua reeleição, acompanhado dos chefes das Forças Armadas. O presidente deu mais detalhes de uma suposta conspiração contra as eleições de domingo.

"Era financiada e dirigida pela Colômbia, promovida pelo governo dos EUA, para dividir a FANB e suspender as eleições", disse.

Recém-reeleito, o presidente disse que todos os conspiradores se renderam e entregaram os demais traidores. Maduro afirmou que a FANB é "chavista" e "bolivariana".

"Não se aceita aqui nenhum vestígio de colonialismo ou neocolonialismo, é uma Força Armada anti-imperialista. Exijo máxima lealdade à FANB, máxima lealdade à Constituição", enfatizou.

Mais cedo, o presidente disse em discurso na Assembleia Nacional Constituinte, onde tomou posse para seu segundo mandato, que vários conspiradores foram capturados. Segundo Maduro, eles tinham ligação com a embaixada dos EUA no país e com o governo da Colômbia.

Maduro expulsou na terça-feira o encarregado de negócios dos EUA em Caracas, Todd Robinson, acusando-o de conspirar contra o governo da Venezuela e contra as questionadas eleições.

Nem a Colômbia, nem EUA reconhecem como legítimas as eleições do último domingo. A principal aliança da oposição, a Mesa da Unidade Democrática, não participou do pleito por considerá-lo fraudulento.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, as eleições tiveram a participação mais baixa da história do país.