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EUA acusam Maduro de cometer crimes contra a humanidade na Venezuela

25/05/2018 13h16

Washington, 25 mai (EFE).- Os Estados Unidos acusaram nesta sexta-feira o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de cometer crimes contra humanidade ao "matar de fome" o povo do país, como fazia o regime de Pol Pot, no Camboja, na década de 1970.

"Me sinto tentado a compará-los ao regime de Pol Pot, e não no aspecto do genocídio", disse Juan Cruz, principal assessor para América Latina do governo dos EUA, em um evento no Conselho das Américas, em Washington.

"Falamos sobre como eles estão matando o próprio povo de fome e como usam a comida para a manipulação política. É repugnante. Se isso não é um crime contra a humanidade, eu não sei o que é. O mundo fará com que eles prestem contas", completou.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, denunciou há um ano que crimes de "lesa-humanidade" estavam sendo cometidos na Venezuela e convocou uma série de audiências para examinar essa possibilidade.

Até agora, o governo de Trump não tinha denunciado explicitamente a existência de crimes desse tipo. As declarações ocorrem faltando quatro dias da apresentação de um relatório elaborado por especialistas da OEA com o objetivo de determinar se há base para denunciar a Venezuela no Tribunal Penal Internacional (TPI).

Cruz, que ocupa o cargo de diretor para as Américas no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, alertou, além disso, que não há limites para as opções que os EUA podem tomar contra Maduro.

"Continuaremos pressionando para restaurar a democracia na Venezuela. Tentaremos formas de levar ajuda alimentícia a esse país, apesar da resistência constante do regime em aceitar que eles precisam de comida", afirmou.

"Seguiremos sancionando aqueles que precisemos sancionar, especialmente no nível mais alto, e aqueles que estão roubando o povo venezuelano, decidindo encher seus bolsos e enriquecer em vez de usar esse dinheiro para comprar comida", prosseguiu.

Cruz revelou que a Casa Branca está considerando adotar sanções individuais e contra setores, inclusive podendo afetar o petróleo. No entanto, o diretor ressaltou que isso será feito de forma cuidadosa, pensando nos efeitos sobre o povo venezuelano.

"Não descartamos nenhuma opção. Queremos fazer que o mundo fique menor para os que roubam dinheiro. E estamos trabalhando com outros países para que o mundo fique menor para o regime venezuelano e aqueles que apoiam Maduro", destacou.