EUA analisam pedido de extradição de filhos de ex-presidente do Panamá
Os Estados Unidos estão analisando a solicitação de extradição apresentada pelo Panamá de dois filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), acusados de receber subornos milionários da Odebrecht, informou nesta quarta-feira a chancelaria panamenha.
"Nós apresentamos a solicitação aos Estados Unidos e nos encontramos à espera de comunicação desse país sobre esse trâmite", afirmou hoje em entrevista coletiva a vice-presidente e chanceler do país centro-americano, Isabel de Saint Malo.
Fontes da chancelaria disseram à Agência Efe que o pedido de extradição foi apresentado ao Departamento de Estado dos Estados Unidos no último dia 14 de maio por meio da embaixada do Panamá em Washington.
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A justiça panamenha quer interrogá-los por supostamente terem recebidos milionários subornos da Odebrecht, a principal prestadora de serviços do Estado panamenho, quando seu pai era presidente do país.
Os irmãos Martinelli foram acusados de lavagem de dinheiro em janeiro do ano passado pelo Ministério Público panamenho, que no mês seguinte solicitou a Interpol sua busca e captura internacional e que até agora embargou um helicóptero, um apartamento de luxo em Madri e pelo menos US$ 22 milhões em uma conta da Suíça.
A Justiça panamenha validou em dezembro do ano passado o acordo alcançado entre a procuradoria e a Odebrecht, que inclui o pagamento de uma multa de US$ 220 milhões e o arquivamento do caso no Panamá contra a construtora e seus antigos diretores no país por ter colaborado nas investigações.
Durante a audiência de validação do acordo, o Ministério Público revelou que André Rabello, que dirigiu durante vários anos as operações da Odebrecht no Panamá, confessou ter pagado mais de US$ 80 milhões a funcionários e particulares panamenhos, dos quais US$ 55,8 milhões recaíram nos irmãos Martinellli.
Pelo caso dos subornos da Odebrecht, há mais de 60 pessoas indiciadas no Panamá, entre elas vários ex-ministros de Martinelli. O ex-presidente se encontra detido em uma prisão panamenha desde o último dia 11 de junho, quando foi extraditado dos Estados Unidos por outro escândalo de corrupção relacionado com uma trama de espionagem política e malversação de fundos públicos.
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