Rebeldes e negociadores russos aceitam retornar diálogo no sul da Síria

Cairo, 5 jul (EFE).- Os representantes da Rússia, o principal aliado do regime da Síria, e das facções de oposição a Bashar al Assad aceitaram nesta quinta-feira voltar à mesa de negociações sobre o destino da província de Deraa, no sul do país, onde o exército continua ganhando terreno sobre os rebeldes, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

A ONG detalhou que a aviação russa interrompeu seus ataques sobre a região depois de 23 horas de "bombardeios enlouquecidos", entre o colapso da última rodada de negociações ontem pela tarde e o acordo para retomar o diálogo hoje.

Nesse lapso de tempo, as forças governamentais intensificaram seus ataques e avançaram sobre as facções rebeldes e islamitas em Deraa, onde iniciaram uma ofensiva em 19 de junho para recuperar o controle de toda a região.

Ontem, as negociações ficaram interrompidas devido à impossibilidade de se chegar a um acordo e, pouco depois, a aviação russa retomou seus bombardeios sobre a região, enquanto o exército sírio intensificou seus ataques aéreos com artilharia e mísseis.

Desde ontem pela tarde, o OSDH contabilizou 870 bombardeios contra a cidade de Deraa e arredores, e o lançamento de mais de 1.400 projéteis de artilharia e mísseis.

Por outro lado, o dirigente rebelde Khaled al Hebus disse à Agência Efe que as negociações "ficaram estagnadas" pela rejeição dos russos à proposta da oposição de incluir um mediador internacional como a ONU nas conversas.

O coronel do Exército Livre da Síria (ELS) na região de Damasco acrescentou que os rebeldes também rejeitaram "outros pedidos dos russos" como, por exemplo, a entrega de suas armas e a integração de seus combatentes nas fileiras do exército oficial.

As forças sírias e seus aliados lançaram uma ofensiva sobre Deraa em 19 de junho para recuperar o controle de toda a província, uma das últimas com presença de grupos armados opositores.