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Oposição do Zimbábue aceita veredito eleitoral "com grande pesar"

24/08/2018 14h20

Harare, 24 ago (EFE).- A principal coalizão opositora do Zimbábue, o Movimento pela Mudança Democrática (MDC), afirmou nesta sexta-feira que recebe com "grande pesar" a decisão da Justiça de validar a vitória eleitoral do atual presidente, Emmerson Mnangagwa, mas que a "respeita".

Em comunicado, o partido liderado pelo candidato presidencial derrotado Nelson Chamisa, afirmou que "respeita" a lei e, portanto, "o veredito das Cortes".

"A nossa dilatada crença no império da lei significa que não só devemos respeitar o veredito do Tribunal, mas também perseguir de forma insistente todos os caminhos constitucionalmente permitidos para assegurar que a soberania do nosso povo seja protegida e garantida", disse o partido.

O MDC também fez um chamado de "paz", mas pediu que seja o direito do povo à liberdade de expressão soberana seja respeitado.

Os seguidores do MDC defendiam que Chamisa era o autêntico ganhador das eleições de 30 de julho e que o oficialismo tinha manipulado os resultados, por isso que apelaram ao Tribunal Constitucional há duas semanas.

Segundo os resultados oficiais publicados pela Comissão Eleitoral do Zimbábue (ZEC), Mnangagwa obteve 50,6% dos votos, enquanto Chamisa obteve 44,3%.

Embora a jornada de votação tenha transcorrido em paz, os dias posteriores estiveram cheios de tensões, já que Chamisa se considerou publicamente ganhador inclusive antes da divulgação dos resultados.

Até seis pessoas morreram na capital, Harare, em violentos distúrbios duramente reprimidos pela polícia e o Exército.

A emissão do veredito de hoje, que é definitivo, não dissipou os temores sobre possíveis novos incidentes.

Na primeira mensagem após a divulgação da sentença, Mnangagwa pediu com ênfase "paz" e "unidade" e afirmou que suas portas estão abertas para Chamisa.

Estas eleições foram as primeiras sem Robert Mugabe, que desempenhou o poder com mão de ferro durante quase quatro décadas até ser forçado a renunciar por um levantamento militar em novembro passado.

Mnangagwa o substituía na Presidência desde então e estas eleições deviam ser a vitrine, nacional e internacional, para legitimar seu poder.