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Empresário mais rico da Tanzânia é libertado após passar 10 dias em cativeiro

20/10/2018 08h17

(Acrescenta declarações e informações sobre o empresário).

Dar es Salam, 20 out (EFE).- O tanzaniano Mohammed Gulamabbas Dewji, considerado o bilionário mais jovem da África, foi libertado neste sábado após passar dez dias sequestrado em seu país, segundo confirmou hoje o próprio empresário.

"Agradeço a Alá por ter voltado para casa são e salvo. Agradeço a todos os meus compatriotas tanzanianos e a todos no mundo por suas orações. Agradeço às autoridades da Tanzânia, entre elas a polícia, por trabalharem para o meu retorno seguro", afirmou Dewji, de 43 anos, no Twitter de seu grupo empresarial MeTL.

Por enquanto, Dewji - que é conhecido como "Mo" em seu país - não revelou quem o manteve em cativeiro e como aconteceu sua libertação.

O empresário foi deixado pelos sequestradores durante a madrugada no clube esportivo e social Gymkhana no centro de Dar es Salam, a maior cidade comercial da Tanzânia, confirmou o chefe de polícia Lazaro Mambosasa.

"Eles o levaram em um carro e o deixaram no Gymkhana durante a noite", explicou Mambosasa, citado pelo jornal local "The Citizen".

"Mo está 100% em forma. Ele parece bem, mas pode estar afetado psicologicamente devido à experiência", afirmou Mambosasa.

Em entrevista coletiva, o inspetor geral da polícia tanzaniana, Simon Sirro, detalhou que os sequestradores deixaram para trás o automóvel no qual levaram Dewji ao clube Gymkhana e que, junto ao veículo, foram encontradas três pistolas, um fuzil AK-47 e 35 balas.

"Todas as pistas ainda indicam que os sequestradores são estrangeiros. Nos disseram que eles falavam inglês e muito pouco suaíli (língua nacional da Tanzânia)", assinalou Sirro, depois que as forças da ordem anunciaram esta semana que o veículo usado para sequestrar o empresário tinha placa estrangeira.

O libertado informou à polícia que seus sequestradores exigiram dinheiro, mas se mostraram reticentes a falar com seu pai quando ele informou o número de telefone, segundo Sirro.

O ministro de Meio Ambiente tanzaniano, January Makamba, amigo pessoal de Dewji, afirmou no Twitter que falou durante 20 minutos com o empresário e que o encontrou "bem".

"Por sua voz, é o Mo de sempre", indicou Makamba, ao detalhar que, não obstante, ele apresenta machucados nas mãos e nas pernas causados pelas algemas.

A família do bilionário tinha oferecido no último dia 15 uma recompensa de 1 bilhão de xelins tanzanianos (US$ 440 mil) por informação que levassem a seu paradeiro.

Dewji foi sequestrado no último dia 11 por criminosos encapuzados em Dar es Salam, um fato que comoveu o país e atraiu a atenção da imprensa internacional.

O sequestro aconteceu nas proximidades do luxuoso hotel Colosseum, onde Dewji frequentava habitualmente a academia, e a polícia chegou a deter 26 pessoas em relação com o caso.

Segundo a revista "Forbes", a fortuna de Dewji chega a US$ 1,5 bilhão e ele é a 17ª pessoa mais rica do continente africano.

O jovem empresário é o executivo-chefe do grupo MeTL, que tem investimentos em setores como agricultura, telefonia celular, finanças e produção de alimentos; conta com mais de 28 mil funcionários e opera em 11 países.

Casado e pai de três filhos, "Mo" também foi legislador em seu país (2005-2015) e patrocina atividades filantrópicas.

Em 2014, Dewji criou uma fundação com o objetivo de combater a pobreza na Tanzânia em áreas como educação, saúde e desenvolvimento, e utilizou mais de US$ 3 milhões em vários projetos de caridade.