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Presidente do Sri Lanka suspende Parlamento após nomear primeiro-ministro

27/10/2018 06h06

Colombo, 27 out (EFE).- O presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, suspendeu neste sábado o Parlamento até o dia 16 de novembro, um dia depois de nomear como novo primeiro-ministro o ex-presidente Mahinda Rajapaksa.

"Eu, Maithripala Sirisena, presidente da República Democrática Socialista do Sri Lanka, com esta proclamação, suspendo o Parlamento com efeito das 12h (hora local) de 27 de outubro de 2018, e fixo o dia 16 de novembro de 2018 às 10h (hora local) para o início da nova sessão", publicou.

Sirisena, que nas eleições de 2015 liderou uma coalizão de partidos para tirar Rajapaksa do poder, nomeou ontem o ex-presidente como primeiro-ministro, retirando do posto, Ranil Wickramasinghe.

O anúncio surpresa ocorreu depois que a Aliança da Liberdade do Povo Unido (UPFA), de Sirisena, deixasse a coalizão governante.

Wickramasinghe, líder do Partido de União Nacional (UNP), afirmou hoje que ainda possui a maioria no Parlamento e pediu para que Sirisena "não crie uma crise" e convoque a câmera para decidir quem será o primeiro-ministro.

"No que diz respeito ao primeiro-ministro, a pessoa que tenha o apoio da maioria no Parlamento deve ser primeiro-ministro. Eu tenho a maioria desse apoio", argumentou Wickramasinghe, durante entrevista coletiva.

"Deixe o Parlamento decidir quem tem a maioria", pediu a Sirisena, o primeiro-ministro que ontem deixou o cargo.

No entanto, o anúncio da suspensão do Parlamento aconteceu enquanto Wickramasinghe dava a entrevista coletiva.

O presidente do Sri Lanka chegou ao poder há três anos com o objetivo de combater a corrupção e destituir Rajapaksa, que foi chefe de Estado entre 2005 e 2015 e com quem colaborou estreitamente no passado.

Desde as eleições, a relação entre Sirisena e Wickramasinghe foi piorando durante os últimos três anos ao ponto que Rajapaksa chamou o presidente para que rompesse com o governo no início deste mês.

Muitas organizações não governamentais internacionais acusam Rajapaksa da campanha militar para acabar a guerra com os Tigres Tâmeis e que resultou na morte de aproximadamente 40 mil civis em seus momentos finais, segundo a ONU.