Rainha da Suécia elogia papel do Brasil na proteção da infância
São Paulo, 9 nov (EFE).- A rainha Silvia da Suécia, que preside a organização mundial Childhood Foundation, ressaltou nesta sexta-feira o "grande papel" do Brasil em matéria de "proteção da infância" e também a "força internacional do país", e disse que isso a deixa orgulhosa de ser descendente de brasileiros.
A monarca visitou hoje São Paulo, cidade na qual viveu durante dez anos, por ocasião da renovação de um acordo entre a organização que ela fundou e o Tribunal de Justiça de São Paulo para proteger os menores vítimas de violência sexual durante os processos judiciais.
Ao término do ato, que também contou com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal, José Antonio Dias Toffoli, e a do Tribunal de Justiça de São Paulo, Manoel de Queiroz Pereira Calças, a rainha expressou seu agradecimento ao Brasil.
Silvia da Suécia qualificou como "um gesto de coragem" que o Brasil tenha acolhido o 3º Congresso Mundial contra a Exploração Sexual de Crianças em 2008 e comemorou a importância que o evento teve "não só para o Brasil, mas para a América Latina e para o mundo".
Por sua vez, Toffoli também destacou a necessidade de proteger as "vítimas que mais sofrem e estão mais desprotegidas: as crianças", Ele lembrou que este projeto levou o Congresso Nacional a aprovar em 2017 uma lei que estabelece um sistema de garantia de direitos das crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência.
A juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo, Camila de Jesus Mello, explicou em entrevista à Agência Efe que o sistema, que chegou a São Paulo em 2009 e já é praticado em 24 dos 27 estados, consiste em levar o menor a uma sala mais acolhedora do que a de audiências para ser atendido por uma equipe de psicólogos e assistentes sociais.
São esses profissionais que fazem a entrevista com a criança ou adolescente enquanto o juiz e as partes do processo assistem em tempo real ao relato e se comunicam com a equipe entrevistadora, que tem sempre a última palavra para filtrar as perguntas, levando em conta como ela pode afetar os envolvidos.
A juíza, que também trabalha como tutora nos cursos de formação, explicou que o magistrado mantém o mesmo papel, mas seu trabalho dentro do programa consiste em assimilar este método de entrevistas.
Segundo sua opinião, foi a "especial vulnerabilidade dos menores" o que levou à implantação do sistema, mas Camila considera interessante que o mesmo possa ser implantado em outros casos, como os de mulheres vítimas de violência sexual.
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