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Manifestação que seguia para palácio presidencial no Sudão acaba em violência

25/12/2018 11h15

Cartum, 25 dez (EFE).- Uma manifestação convocada por organizações profissionais e partidos de oposição no Sudão, que seguia em direção ao palácio presidencial, terminou em violência nesta terça-feira, em meio a uma ampla mobilização policial na capital Cartum.

Segundo a Agência Efe pôde constatar, as forças de segurança utilizaram gás lacrimogêneo e golpes de cassetete para dispersar os manifestantes que marchavam pelo centro da cidade, convocados pela Associação Sudanesa de Profissionais, um grupo que aglutina sindicatos opositores com tendência de esquerda.

Essa associação convocou a realização de uma passeata rumo à sede oficial do presidente, Omar al Bashir, que teve início às 13h locais (9h em Brasília), para entregar-lhe um documento solicitando sua renúncia imediata.

A convocação foi apoiada pela principal coalizão da oposição no exílio, liderada pelo partido islâmico moderado Al Umma, e pela aliança que aglutina a oposição no interior do país.

Esses dois grupos políticos pediram recentemente uma mudança de governo, assim como os manifestantes que saíram às ruas em várias cidades e localidades do país.

Na maior parte dos casos, os protestos foram reprimidos pelas forças de segurança com gás lacrimogêneo, golpes de cassetete e até mesmo fogo real.

O partido Al Umma denunciou que pelo menos 22 pessoas morreram nos primeiros três dias de protestos, enquanto a organização Anistia Internacional cifrou ontem em 37 o número de mortos por disparos desde a última quarta-feira.

"O fato de que as forças de segurança estão usando força letal indiscriminadamente contra manifestantes desarmados é preocupante", afirmou em comunicado Sarah Jackson, vice-diretora de Anistia Internacional para o Leste da África.

A ONG pediu às autoridades sudanesas que "concentrem seus esforços para pôr fim a um período longo de repressão dos direitos humanos e para resolver a crise econômica, que desencadearam de forma conjunta os protestos". EFE