Ex-chefe de inteligência da Dinamarca é condenado a quatro meses de prisão
Copenhague, 25 jan (EFE).- Um Tribunal de Copenhague condenou nesta sexta-feira a quatro meses de prisão o ex-chefe do Serviço de Inteligência e Segurança da Dinamarca (PET) Jakob Scharf por violar o sigilo profissional ao revelar informações confidenciais em um livro.
Na decisão, ficou considerado provado que Scharf facilitou dados sobre as operações do PET (organização que dirigiu entre 2007 e 2013), seus colaboradores, métodos de trabalho e fontes de informação em 24 das 28 entrevistas do livro incluído no documento de acusação da Promotoria, que pedia uma pena de entre seis e nove meses de prisão.
O tribunal lembrou que a atividade dos serviços secretos requer uma confidencialidade especial e que, dado que há um risco de debilitar as possibilidades do PET de realizar seu trabalho no futuro, essas informações são de importância essencial para a segurança do Estado.
Scharf afirmou no julgamento que todos os dados que forneceu no livro eram conhecidos de antemão, ao terem sido expostos em casos judiciais abertos, porque o PET os tinha mencionado em seu anuário ou em coletivas de imprensa ou tinham sido divulgados.
Mas o tribunal estimou que isso não o exime de culpa, já que ao mencioná-los no livro, devia entender que "confirmava a autenticidade das informações", e lembrou, além disso, que obteve um lucros com o livro.
A corte ordenou também confiscar os honorários recebidos por Scharf referentes ao livro, que ascendem a 397.625 coroas dinamarquesas (53,2 mil euros).
O caso, o primeiro em que um chefe dos serviços secretos dinamarqueses se senta no banco dos réus, aconteceu em outubro de 2016, quando o PET conseguiu uma ordem judicial temporária para frear a publicação de "Syv år for PET" (Sete anos para o PET), escrito pelo jornalista Morten Skjoldager.
A ordem foi suspensa dias depois uma vez que o "Politiken", principal jornal dinamarquês, imprimiu, como forma de protesto, todo o manuscrito do livro em um anexo especial do jornal.
Os tribunais dinamarqueses condenaram na semana passada a editora do jornal e o redator-chefe, Christian Jensen, a duas multas por violar a proibição judicial: para a primeira, de 100 mil coroas (13,4 mil euros); para o jornalista, de 50 mil (6,7 mil euros). EFE
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