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Jornalistas são detidos perto da sede presidencial da Venezuela

30/01/2019 11h50

(Atualiza com libertação dos jornalistas venezuelanos e declarações do presidente do Chile, Sebastian Piñera).

Caracas, 30 jan (EFE).- As forças de segurança venezuelanas detiveram quatro jornalistas, dois deles de nacionalidade chilena, nas cercanias do Palácio de Miraflores, sede da Presidência da Venezuela, segundo denunciou nesta quarta-feira o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP).

De acordo com o SNTP, os chilenos Rodrigo Pérez e Gonzalo Barahona, ambos da emissora de televisão "TVN", foram detidos junto aos também jornalistas venezuelanos Maiker Yriarte e Ana Rodríguez, do canal online "VPI", sem que se saibam as razões.

Yriarte e Ana foram liberados hoje de manhã, após passarem dez horas detidos na sede da Presidência, explicou o secretário-geral do SNTP, Marco Ruiz, em comunicado enviado à imprensa, enquanto os chilenos continuam detidos no palácio.

"Estão bem. Foram expostos a agressões verbais e obrigados a assinar uma ata que dá conta do trato dado e que afirma que foram garantidos os direitos como a comunicação, quando não foi assim", disse Ruiz citando os relatos dos venezuelanos.

Os jornalistas cobriam a vigília em defesa do presidente Nicolás Maduro, convocada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) na semana passada, e que não teve adesão.

O "VPI" qualificou em comunicado como "arbitrárias" as detenções e afirmou que os quatro jornalistas "estavam no exercício das suas funções" quando ocorreram os fatos.

O presidente do Chile, Sebastian Piñera, pediu "a imediata libertação dos jornalistas" e criticou a falta de liberdade de imprensa na Venezuela.

"Exigimos a imediata libertação dos jornalistas da 'TVN' detidos na Venezuela. Nossa Chancelaria está tomando todas as medidas necessárias. A liberdade de imprensa é outra das vítimas na Venezuela", escreveu Piñera no Twitter.

Na última sexta-feira, o jornalista brasileiro Rodrigo Lopes, do jornal "Zero Hora", foi detido durante algumas horas nas imediações do Palácio de Miraflores, enquanto as venezuelanas Osmary Hernández, correspondente da "CNN", e Beatriz Adrián, da emissora de televisão colombiana "Caracol", foram detidas temporariamente perto da sede do órgão de inteligência da Venezuela no último dia 13.

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) denunciou na segunda-feira que estas detenções são uma "prática abusiva" do governo de Nicolás Maduro para "intimidar e restringir a circulação de informação independente".

Desde o final do ano passado o jornalista venezuelano Jesús Medina e o documentarista independente alemão Billy Six estão detidos em prisões da Venezuela.

De acordo com um relatório do Instituto de Imprensa da Venezuela, entre 23 e 24 de janeiro houve "censura de canais estrangeiros, cautela informativa em impressos, silêncios televisivos, limitação de opiniões na rádio e bloqueios na internet". EFE