Deputados venezuelanos viajam em 3 ônibus para fronteira com a Colômbia
Caracas, 21 fev (EFE).- Um grupo de deputados da oposição na Venezuela partiu nesta quinta-feira em três ônibus de Caracas para o estado de Táchira, que faz fronteira com a cidade colombiana de Cúcuta, onde está armazenada a ajuda destinada a atenuar a severa crise humanitária pela qual o país passa.
A Agência Efe conseguiu constatar que pelo menos três ônibus nos quais viajavam os legisladores atravessaram a estrada Francisco Fajardo, que percorre Caracas, e que dá acesso ao principal terminal aéreo do país e a outras vias que levam para as regiões do oeste venezuelano.
Não se sabe quantos deputados nem quem exatamente estava a bordo dos três ônibus, que têm uma capacidade combinada de levar cerca de cem pessoas.
Era esperado que o chefe do Parlamento, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino da Venezuela há quase um mês, liderasse a comitiva, mas a Agência Efe não conseguiu confirmar se o mesmo está em algum desses veículos.
No entanto, o deputado Simón Calzadilla disse à emissora "VPI" que Guaidó lideraria a caravana que a mesma se unirá "a outras mobilizações" antes de chegar a Táchira.
"Tenham a plena segurança de que no domingo centenas de milhares de venezuelanos estarão recebendo a merecida ajuda humanitária e estaremos mais perto de começar a levar nosso país adiante", disse o parlamentar.
O próprio "VPI" reportou mais tarde que membros da polícia de estradas da Venezuela detiveram os ônibus para tomar dados e fazer fotografias antes que a caravana pudesse seguir em frente.
A oposição venezuelana, que não reconhece o novo mandato de 6 anos de Nicolás Maduro, que tomou posse em 10 de janeiro, assegura que o país atravessa uma "emergência humanitária complexa" e pediu ajuda à comunidade internacional para atendê-la.
Parte desta ajuda é armazenada em Cúcuta e os opositores disseram que o ingresso ao país ocorrerá em meio a uma grande mobilização cidadã.
Mas Maduro rejeita receber as doações, que disse são um "presente podre" que leva o "veneno da humilhação", apesar de reconhecer a crise, atribui a mesma a um suposto "bloqueio" e "perseguição financeira" internacional contra sua Administração.
A crise política venezuelana se acentuou em janeiro, quando Maduro tomou posse para um novo mandato de 6 anos cuja legitimidade não é reconhecida pela oposição e por parte da comunidade internacional.
Logo depois, Guaidó se autoproclamou "presidente encarregado" por considerar que o líder chavista "usurpa" a Presidência.
Guaidó estabeleceu como uma prioridade o ingresso de ajuda para atender de forma imediata 250 mil pessoas em situação de vulnerabilidade e disse que as mesmas entrarão "sim ou sim" no país no dia 23 (sábado). EFE
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