Topo

Guaidó diz que ser permissivo com Maduro ameaça a democracia na América

25/02/2019 15h55

Bogotá, 25 fev (EFE).- O chefe do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, reconhecido por vários governos como presidente interino do país, disse nesta segunda-feira em Bogotá que "ser permissivo" com "a usurpação" do poder de Nicolás Maduro "seria uma ameaça para a democracia em toda a América".

"Ser permissivo com a usurpação do poder levada adiante por este grupo (liderado por Maduro) seria uma ameaça para a democracia de toda a América", disse Guaidó ao participar da reunião do Grupo de Lima em Bogotá.

Em seu discurso, afirmou que na Venezuela "não há dilema entre guerra e paz", pois é a paz que deve "prevalecer".

O Grupo de Lima se reúne nesta segunda-feira, com a presença do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e de Guaidó, que se autoproclamou presidente interino da Venezuela, para estreitar o "sítio diplomático" a Maduro, depois que a tentativa de enviar ajuda humanitária a esse país resultou em violência.

"Não é uma questão de democracia ou ditadura. Não há dilema entre guerra e paz. É a paz, a proteção dos cidadãos, que deve prevalecer", afirmou o político venezuelano em seu discurso.

Guaidó também disse que Maduro "pensa que bloquear a ajuda humanitária foi uma conquista" e que acredita que "normalizando a crise" o regime "poderá resistir".

"É importante que se saiba que os argumentos não são só a preocupação com a democracia, porque não ela não existe na Venezuela. É atuar claramente em torno da recuperação da democracia na Venezuela e do respeito aos direitos humanos", acrescentou.

Por outro lado, Guaidó enfatizou que a questão não se dá em torno de um problema ideológico.

"Ao contrário de como fizeram parecer, este é um problema de direitos fundamentais para a democracia, porque quando não há liberdade de expressão, não há componente ideológico. Não podem se apoiar nessa desculpa".

Guaidó também pediu durante a reunião que fosse respeitado um minuto de silêncio pelo "massacre" ocorrido no sábado.

Segundo diferentes fontes, os distúrbios nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e com o Brasil deixaram no fim de semana pelo menos quatro mortos e cerca de 300 feridos, enquanto a vice-presidente colombiana, Marta Lucía Ramírez, confirmou que mais de 120 membros das Forças Armadas venezuelanas desertaram na Colômbia. EFE