Vaticano investigará caso de cardeal australiano condenado por abusos
Cidade do Vaticano, 27 fev (EFE).- A Congregação para a Doutrina da Fé "se ocupará" do caso do cardeal australiano George Pell quando sua pena for revelada, após a condenação por ter estuprado e abusado sexualmente de dois menores.
"Depois da sentença de condenação em primeira instância contra o cardeal Pell, a Congregação para a Doutrina da Fé tratará o caso conforme os procedimentos e prazos estabelecidos pela legislação canônica", informou nesta quarta-feira o diretor "interino" do escritório de imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti.
O cardeal, que foi chefe regional da Secretaria de Economia do Vaticano até o último domingo, praticamente o número 3 da hierarquia, conhecerá no próximo 13 de março sua pena pelas cinco acusações das quais foi considerado culpado.
O comunicado da Santa Sé não especifica em quais termos a Congregação para a Doutrina da Fé tratará o caso Pell, já que segundo as leis da Igreja não se pode proceder canonicamente até que o processo civil seja concluído em sua última instância para não interferir na Justiça de cada país.
No entanto, o Vaticano pode começar a investigar considerando a grave pena prevista em primeira instância e sem esperar que Pell, como anunciou, recorra da sentença.
Por outro lado, o porta-voz da Santa sé também confirmou que o cardeal já não é o responsável regional da Secretaria para a Economia, como anunciou ontem à noite em uma breve mensagem no Twitter, um meio incomum para este tipo de comunicação.
Gisotti também não esclareceu hoje se a saída de Pell se deve ao fato de o cardeal já ter cumprido os cinco anos estabelecidos ocupando o cargo ou se há outras razões.
Por enquanto, a única medida tomada pelo Vaticano foi confirmar as medidas cautelares já dispostas ao cardeal Pell desde que ele retornou à Austrália: "a proibição do exercício público do ministério sacerdotal e do contato, em qualquer modo e forma, com menores de idade". EFE
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